Numa tentativa de aprender o métier, tenho assistido a uma ou outra devolutiva, que é como quem diz, interpretação de relatórios de resultados depois de preenchidos os questionários MBTI.
E faz toda a diferença
Adorar a própria devolutiva é fácil. Afinal, estão a falar de nós, a abrir-nos a cabeça para todo um mundo maravilhoso de possibilidades de resolução de problemas, de conflitos, e de novas ou renovadas formas de vida. Sem julgamento algum, muito menos limitação, rótulo, obrigatoriedade. E ouvir falar dos outros poderia ser mais chato, mas é bem o contrário…
Ontem assisti a mais uma.
No caso, era a um amigo querido. E eu gosto de conhecer a fundo as pessoas que me são preciosas, como é o caso deste. Mas mesmo que não fosse… A sorte de ter encontrado uma Mariana nesta vida louca cheia de gente não tem preço. Estava escrito nas estrelas, como diz outro querido amigo.
A interpretação do relatório e respetiva apresentação é feita com base no tipo de cada pessoa, para que seja recebida da forma mais fácil e atrativa. Ou seja, para que vá no sentido de percepção, de recolha de informação, de entendimento do mundo, de tomada de decisão da pessoa em causa. São até duas horas de conversa o que na verdade se resume a uma consulta. E que vale por uns bons meses de terapia. Sem tanta exposição e com todo o acolhimento possível.
A única mais valia do ser humano em relação às máquinas e à inteligência artificial é a capacidade de sentir, a consciência, a empatia, a adaptabilidade ao interlocutor.
Uma máquina, um algoritmo, um programa, gera um relatório.
Que, sem uma pessoa para o interpretar, não passa de um conjunto de factos e dados. Frios, sem relação alguma com toda a complexidade que nos é inerente. É a mesma coisa que ouvir de um médico que temos uma doença fatal a frio. Não que melhoremos, mas, quando se trata de vulnerabilidade, é preciso enquadramento, contar uma história, preparar para a notícia. Mesmo para pessoas do tipo ST, pensamento e sensação.
E o bom do autoconhecimento e da terapia é a descoberta de que ninguém é melhor do que ninguém. Mais coisa menos coisa, todos temos características melhor e menos desenvolvidas, todos queremos o mesmo, no fundo, bem lá no fundo, e que, mesmo para os introvertidos, a intimidade é melhor quando partilhada.
O questionário MBTI e respetiva devolutiva valem cada cêntimo do investimento. E a Mariana é a rainha disto tudo…
Doce Páscoa, para ti, Isa.
E para ti, meu querido.