Nutro um profundo desprezo, e até alguma irritação e nervoso básico, uma quase repulsa, para ser bem honesta, por quem imita, se apropria de ideias e coisas, principalmente expressões, dos outros e faz delas suas. Usa e abusa das mesmas, roubando para si algo que é de outrem, que partiu de outrem, que saiu das entranhas de outrem.
A grande maioria das pessoas fica lisonjeada quando a imitam, eu fico furiosa. É como se me roubassem a alma, se apropriassem dela, a usassem para outros fins que não os mais nobres. É uma sensação de frustração, tive imenso trabalho para chegar até ali, o processo foi lento e doloroso. E chega alguém, que provavelmente nem sabe o que está por detrás daquilo, e apropria-se, faz disso seu, sem ter passado pelo processo de morte lenta, do luto, do penoso renascimento, do amadurecimento, até ao resultado final.
O que me chateia mesmo é o crédito ser dado à cópia, e não ao original, a cópia ser considerada o original e o verdadeiro original ficar sem o brilho que lhe pertence.
Já para não falar no desperdício. A cópia é sempre um desperdício de um original que se perdeu…