
O que se vê no filme, nos três casais, é exatamente o que o ouvi, na sequência da minha pergunta: quando a alteridade não funciona, caímos inevitavelmente no arquétipo patriarcal? Num relacionamento, há sempre um que, de alguma forma, domina. A questão é que o outro, muitas vezes, não aguenta. Daí que dá umas facadas no matrimónio, “instituição amante para salvar a instituição casamento”, é assim que as relações extraconjugais acontecem, ou, caso a fidelidade se mantenha, ambos ficam mutilados, de alguma forma, na sua essência, seja ela qual for.
Quando se falou no caso do Jung, aos 40 anos, com Toni Wolff, ele apaixonou-se e não só viveu a paixão, com a mulher dele, Emma, grávida da 5ª filha…, como a pôs, à Tony, no consultório a trabalhar, houve uma mulher que disse: mas ele dava conta das duas. O meu europeísmo fez-me levar as mãos à cabeça e sussurrar: valha-me deus… Como estava numa das primeiras filas, disse: e ela, gente, ela, como fica? Alguém sugeriu que as mulheres hoje em dia têm opções, podem seguir a vida delas, é claro que podem, sempre puderam, mas e os filhos, que são dos dois e normalmente ficam sempre com as mulheres?
A solução, claro, cabe a cada um, sendo que a questão que se impõe é: o que queremos da vida? É a essa que vamos ter de começar a responder lá pros 40 anos, quando não dá mais para ignorar, é o chamado caminho da individuação, para que não fiquemos frustrados além da conta, o que, já se sabe, leva a uma vida infeliz e a ações destrutivas. Ou que nos fechemos, inclusive pra pessoa com quem escolhemos partilhar a vida…
A vida não é pros fracos, meus amigos, ai não é não… E as horas, as horas… elas passam, implacáveis…
A vida e as horas não são para os fracos.Estás certíssima,meu amor!
beijos!
é o diabo, minha querida, o diabo…
Bjo