Às vezes basta aparecer, fazer questão de marcar presença num dia importante. Dar um abraço e desejar felicidades. Às vezes não precisamos falar sobre o que se passou, justificarmo-nos, às vezes é bem melhor não nos justificarmos, mas apenas assumir o que aconteceu, sem serem precisas palavras, rola um entendimento tácito: percebi que fiz merda; aceito e entendo que não estivesses num bom momento e deixei que fizesses de mim saco de boxe das tuas frustrações, mas não tolero mais e não gosto. Às vezes basta um gelo, se ambos os envolvidos têm consciência do que aconteceu, o caso resolve-se assim, com um abraço, com presença. Às vezes não precisamos de dizer nada, nem de pedir desculpa, basta reconhecer, basta agir de forma a que o outro sinta e perceba que reconhecemos. Não precisamos esmiuçar, não precisamos escarafunchar a ferida, não precisamos pormo-nos em biquinhos dos pés. Às vezes não precisamos dizer nada para que a coisa se resolva, para que novas fronteiras sejam estabelecidas, novos limites impostos, para que a relação siga o seu caminho, com novos contornos. Mas, para que não seja preciso dizer nada, há que haver vontade, há que perceber que tipo de relação vivemos, queremos viver. Quando ela é exclusivamente de poder, digamos o que dissermos, o carmo vai voltar a cair, a ofensa vai voltar a rolar solta, o desrespeito vai continuar a espreitar ao virar de cada esquina. Quando tem um fundo de amor, não precisamos de dizer nada, nada… Para que tudo volte a ser, inclusive, melhor do que antes…
Há que haver vontade e pouco orgulho, daquele que faz as pessoas cegas…
isso, o sentimento tem de ser maior do que o ego…
ohhhh mas há egos maiores que dragões… não há como derrubá-los…
é qdo chegamos ao ponto de nao retorno…
Ora nem mais. Há momentos em que baixar os braços pode ser o maior sinal de inteligência e self respect…
há que haver amor, simplesmente.