Cabelo comprido

06/12/2023

Nem tudo são rosas no maravilhoso mundo do antifeminismo primário. Uma das coisas com as quais várias mulheres que se dizem tradicionais e antifeministas radicais embirram é com mulheres que cortam o cabelo.

Dizem que é sinal de desleixo.

Que, ao ter filhos, têm mais que fazer, o que é verdade. E cortam o cabelo mais curto, portanto, mais prático, para ser menos uma preocupação. E qual é o mal? Dizem o mesmo das mulheres de 50 anos, mas por motivos diferentes.

Aparentemente, é esse o problema delas, o cabelo.

Sendo que curto é acima do meio das costas…

E as mulheres a quem o cabelo comprido não fica bem e/ou não têm paciência para tratar dele? As que têm cabelo fraco? Ou as que mal o têm? E os cabelos compridos horríveis? Maus cortes, mal tratados? É rara a mulher com cabelo para isso. Só conheço duas, uma mais do que a outra, e são irmãs.

No outro dia encontrei uma amiga, que não via há seculos e que sempre teve cabelo comprido, com ele pelos ombros. Mesmo tamanho do meu. Que cortei hoje, as pontas, estavam um horror por causa do uso da navalha, que não se dá bem no meu cabelo. Ou em quaisquer cabelos pintados, fiquei a saber.

Corte de navalha é corte de preguiçoso, embora seja giro de ver e mais divertido ainda deve ser de se fazer.

Mas não no meu cabelo.

Um amigo fez 50 anos este ano e a mulher fez um daqueles filmes da vida. Em que eu aparecia, de cabelo bem mais curto do que tenho agora, a tocar nos ombros, e que causou espanto na minha amiga: tu usavas o cabelo curto? Tipo, que coragem.

É uma questão de não ser escrava de padrões de beleza. E europeia, onde há muito mais abertura para cabelos curtos do que no Brasil ou nos EUA, de onde vêm estas antifeministas radicais.

Além disso, é caríssimo.

Mas libertador, vide Rapunzel.

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