Os homens bem sucedidos são pais ausentes, estando emocionalmente e com frequência fisicamente fora da vida das crianças. Sacrificam a possibilidade de estar perto dos filhos pela profissão, os papéis que representam, que se baseiam nos valores do patriarcado. Também sacrificam a sua criança interior, o lado brincalhão, espontâneo, que confia, se expressa emocionalmente.
Concretizações pessoais x Poder
Por um lado, as concretizações pessoais deixam-nos num lugar seguro coletivamente. Mas não totalmente satisfatório, nomeadamente no que se prende com necessidades pessoais e afetivas. O que dá origem a um conflito interno. Entre o mundo interno dos arquétipos, predisposições poderosas, e o mundo externo dos estereótipos.
O trabalho é fonte de satisfação apenas quando coincide com o arquétipo particular de cada um. A sua natureza e os seus talentos.
A cultura patriarcal é hostil à inocência
Desvaloriza as qualidades que remetem às crianças e recompensa os homens pela sua capacidade de obedecer a uma autoridade ou ser fiel a uma ambição (ou obedecer às exigências de um deus), que vêm antes do amor e da preocupação em relação a um filho.
Para ser um soldado, um militar de alta patente ou um executivo moderno, um empreendedor, um homem (ou uma mulher) tem de estar disposto a matar ou reprimir os seus sentimentos. Não há espaço para vulnerabilidade, ternura ou inocência. Nem para empatia ou compaixão pelos inimigos. Estes atributos são vistos como fraquezas e têm de ser sacrificados. É preciso obedecer à autoridade e fazer o que for preciso para manter a autoridade que já se tem.
Este sistema de valores tem consequências diretas negativas nos relacionamentos entre pais e filhos rapazes. Pais autoritários reagem com raiva ao que veem como insubordinação e desobediência, punindo filhos e filhas por não obedecerem ou fazerem o que é esperado.
A necessidade de manter uma posição de autoridade contribui para os piores casos de pais abusivos. O pai não vê o seu filho como sendo apenas ele mesmo, fazendo o que fazem bebés e crianças. Reage de acordo com a sua percepção e abusa da criança.
Desafiar a autoridade é uma parte normal da aprendizagem e da descoberta das coisas por si mesmo.