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Homens e Mulheres

29/07/2023

Prolifera por essa internet fora uma vontade de regressar ao passado, no que ao papel dos Homens e Mulheres diz respeito. Apenas um, ao que parece… E, na grande maioria, defendida por homens.

Surpreendentemente, também por algumas mulheres.

Mesmo considerando a hipótese cada vez mais provável de que a inclusão das mulheres no mundo do trabalho (fora de casa, bem entendido) se relacionou com a possibilidade de taxar uma parte da população e, ao mesmo tempo, forçar as famílias a deixar que os seus filhos fossem educados pelo Estado, nos EUA. Ainda que, na Europa, se associe a força de trabalho das mulheres às fábricas, e às enfermarias, durante a Segunda Guerra.

Curiosamente, na Alemanha, as mulheres têm dois anos de licença de maternidade.

E não desfazendo no papel fundamental que as mulheres têm não só na gestação como na educação dos filhos… Mais (Deméter) ou menos cuidadoras (Hera, em relação aos filhos, pelo menos, já que a sua devoção é aos maridos), ainda que todas nós tenhamos instinto materno, mesmo as tendencialmente mais executivas (Atena) ou aventureiras (Artémis).

Há uma questão latente e inegável de dependência e de sobrevivência.

No que se refere ao palco para abusos insustentáveis, à possibilidade de os maridos não cumprirem com os votos que fazem, quando se casam, por não aguentarem não estar no centro da vida das mulheres, tendo muitas e muitas vezes ciúmes até dos filhos, traindo nos primeiros meses, por vezes anos, de vida dos bebés. Sendo que o contrário não se verifica.

Pois o centro da vida deles é o trabalho.

Quando não é, e não são provedores, há uma perda de respeito por parte das mulheres. As mulheres querem e precisam de homens masculinos.

Isto é inegável e masculino não quer dizer machão ou machista.

As mulheres anulam-se pelas relações, os homens usam-nas para seu equilíbrio emocional, abandonando-as muitas e muitas vezes.

Vezes demais, fisicamente, quase sempre, emocionalmente.

Não nego que o mundo laboral nos afaste do feminino, cuidador, sensível, nutridor, emocional, que nos transforme ao ponto de sermos motivadas pela sombra.  E que a consequência seja uma quebra na natalidade. Uma desconexão total em relação a nós mesmas e aos homens.

De resto, no plano das ideias é tudo muito bonito.

Mesmo tendo em conta todas as variantes de masculino e feminino, a “ordem natural”, o que é instintivo para homens e mulheres, acontece, lá está, naturalmente.

No entanto, o equilíbrio só funciona se houver algum estoicismo por parte das mulheres e alguma inteligência intuitiva por parte dos homens.

Na prática, só resulta quando há confiança nos homens e respeito pelas mulheres.

E respetivos papéis. Há que notar que ambos são pessoal e individualmente responsáveis para que tal aconteça.

Nomeadamente, pelos votos que fizeram, quando resolveram passar o resto da vida juntos. 

Há muita coisa que perdemos quando escolhemos ser um nós em vez de um eu, como em todas as escolhas que fazemos. Mas se há certeza que tenho é que é preciso que compense.

Porque o individual nunca, nunca morre.

E é quando o equilíbrio falha que o que deixámos para trás nos assombra. Ou quando os filhos saem de casa e de repente percebemos que temos uma vida pela frente e não sabemos o que lhe fazer. Ou quando perdemos relevância laboral.

De resto, homens e mulheres são mais fortes juntos do que separados…

E não há nada mais bonito e mais inspirador do que uma união sólida entre um homem e uma mulher.

Boa Esperança

17/07/2023

Das 16 mil pessoas que moram na Boa Vista, uma das dez ilhas de Cabo Verde, 9 mil moram na Boa Esperança, um bairro de lata, como lhes chamávamos nos anos 80, em Portugal, antes de termos aderido à CEE e desatarmos a construir bairros sociais que, felizmente, acabaram com o que seriam as favelas portuguesas.

Este bairro fica situado no meio da ilha e, em volta, uma série de habitações sociais foram construídas, estando prontas a acolher várias famílias. Apesar disso, encontram-se vazias, há anos. Porque as famílias não têm 100 euros para dar por mês pela casa, juntando-se-lhe o resto das contas, água, luz, gás, optam por ficar onde estão.

A grande maioria dos habitantes da Boa Esperança provem de países vizinhos.

Vieram para Cabo Verde à procura de uma vida melhor, para construirem os hotéis de luxo, para onde vão os turistas, com tudo incluído, por uma semana. A crise de 2008 veio estragar os planos de engenheiros senegaleses, arquitetos da Gâmbia e trabalhadores da Construção Civil da Nigéria, que, agora, vivem na Esperança de uma mudança.

Muitas das suas mulheres trabalham, todos os dias, nos hotéis que ajudaram a construir, trabalho que os cabo-verdianos recusam, por 200€ por mês, o preço que paguei pelos últimos óculos escuros que comprei, há 5 anos. Convivendo com europeus entediados que precisam que cinco jovens adultos os entretenham para se distraírem da chatice que é estarem de papo para o ar, de costas viradas para o mar, a apanhar aquele sol fortíssimo das dez da manhã na cara, com o objetivo de ficarem o mais possível parecidos com um tijolo. Servindo refeições fartas, onde nada, nada falta. Para voltarem para a Boa Esperança, onde apenas há eletricidade das 5 à meia-noite, o saneamento é praticamente inexistente e assim vivem até ao fim do mês, momento em que aproveitam para mandar algum dinheiro para a família que ficou nos países de origem.

Longe de achar que as pessoas têm direito a carro ou outros luxos

O carro não é um bem de primeira necessidade, transportes decentes são-no, para que possam deslocar-se para os seus trabalhos e as crianças e adolescentes para escolas e universidades. Mas há um mínimo indispensável para se viver, mesmo que consigamos sobreviver sem esse mínimo.

E esse mínimo é dignidade.

Um teto, água canalizada e luz elétrica. É comida na mesa, ensino, saúde, justiça e segurança para todos. Sem isto, não há dignidade possível. O que cada um faz com a sua vida depois, é com ele, se quer morar na rua, se se perdeu num vício qualquer. No entanto, para podermos dizer que evoluímos enquanto espécie, a volta dessas pessoas à vida civil tem de estar garantida, assim o desejem. Com instituições públicas encarregues de voltar a inserir essas pessoas na sociedade, responsabilizando-as pelo seu processo. Não se trata de salvar ninguém, nós só precisamos de ser salvos de nós mesmos, mas sozinhos fica mais difícil. E ninguém está isento de fazer más escolhas.

Em outubro, as crianças da Boa Esperança terão um jardim de infância.

Que funcionará na Associação Comunitária Unidos pela Boa Vista.

Lamine Fati é guia turístico, guineense e presidente da associação. Já disse que, assim que a escolinha estiver de pé, vai construir um campo de futebol para as crianças.

Conta com a colaboração de algumas empresas e os padrinhos de dezenas de meninos. Que só podem frequentar a escola se quem as apadrinhou mandar 25€ por mês, no caso dos mais pequenos. A partir dos dez anos, apenas 10 euros são precisos.

Tem 25 anos e muitos sonhos.

Mexe-se bem e é respeitado, todos o conhecem na Boa Esperança.

Uma vez por mês, celebra-se o aniversário dos meninos e meninas que nasceram nos 30 a 31 dias desse mesmo mês, com bolo para todos. Aos domingos, há pequeno-almoço dado pela associação para dezenas de crianças a quem nunca falta um sorriso e um olá. E nas festas, arranja-se sempre forma de lhes dar alegria.

No dia 1 de junho, na Páscoa e no Natal. 

Antes do grande dia, as crianças da Boa Esperança escrevem ao Pai Natal e a Associação garante que todas recebem o presente que pediram.

Às vezes, Lamine cansa-se, tudo demora, mas o brilho volta-lhe aos olhos, a força às palavras e a determinação aos gestos, quando chega à Boa Esperança e as crianças lhe abraçam as pernas.

02/08/2016

The grass is always greener…

13/07/2023

Do you ever wonder how your life would be if things turned out to be different, when you were younger? If that relationship had gone through. If that job as permanent whatever had worked out? And vice-versa. If you had made braver choices? If your life was the exact opposite of what it is now?

Have you ever felt nostalgic for the life you did not live?

Projeção

10/07/2023

É duro ver as pessoas como elas são. Além da projeção. O que vale para os dois lados. É tão ou mais duro vermo-nos como somos, além da ideia que temos de nós mesmos. Um ideal de ego. O que, como se sabe, não corresponde à  verdade de quem somos na totalidade.

E o pior é o que fazer com isso.

Depois da projeção, a positiva e a negativa, há dois caminhos: ou se aceita o outro como é, sem tentar mudá-lo, ou se separa e estagna psiquicamente, condenado a cometer o mesmo erro. Pois nunca chega a aperceber-se de qual o seu papel no fim de uma relação entre duas pessoas.

Em que medida contribuiu para o desfecho.

Cada um com a sua responsabilidade, como é óbvio. Não há perseguidores sem vítimas. O papel de vítima (salvador, perseguidor) é tentador, mas impede-nos de andar para a frente.

Também ninguém disse que era um passeio no parque…

Apesar disso, continua a haver muitos casamentos de 20 e mais anos. Que têm a primeira hipótese como verdadeira. Lá arranjam maneira de viver e conviver. Em muitos casos, metendo outras pessoas ao barulho, na sua intimidade. Ou, pior ainda, apenas um procura outras pessoas. Voltando para casa com a estrutura à sua espera e a funcionar.

Jantar feito, filhos a dormir.

Outra coisa não muito saudável é nunca se falar aberta e honestamente sobre o que nos incomoda no outro. Para tentar perceber se é projeção e qual a explicação para a atitude. Cujo impacto acontece de acordo com a história pessoal.

O que processou e não processou.

Seja como for, e o que acontecer, o tempo que medeia a queda do mito e o voltar a estar – não como dantes, é impossível, quando sabemos, sabemos – mas a estar, ainda assim, é um tempo lento, o do coração. Leva uma vida até que as nossas emoções não nos toldem o olhar. E consigamos ver a pessoa como ela é, de verdade.

Porque age assim, o que treslemos, voltar a vê-la como um ser humano, e não um semi-Deus, o herói que vem salvar-nos, para que possamos relacionar-nos como adultos.

Já se isso é possível, se sempre se consegue, se alguma vez os dois coincidirão a ouvir, se há intimidade e abertura para isso, são outros 500.

O não dito é que é o pior, afinal…

20 Anos

08/06/2023

Em Novembro próximo, farei 20 anos de presença blogosférica.

Apesar disso, não é à toa que não nos lembramos de tudo e que os diários são pessoais. No limite, ficam na intimidade das páginas de um livro. Por isso, aqui há tempos fiz uma limpeza valente no blog, apagando sete mil e tal posts, ficando com três mil e tal.

Agora, e muito para não sobrecarregar o programa de tradução do site, resolvi passar os posts todos para rascunho e deixar apenas 2020 em diante.

Não faz sentido deixar à vista registos de momentos vivenciados e transcritos, passados em 2005…

Oversharing é um understatement… (esta frase é ridícula…)

No tempo em que ainda se comentavam blogs… Se postava todos os dias e mais do que uma vez.

De 3500, ficam com 224, o que já não é nada mau.

20 Anos é uma vida, que não dá para deixar à mercê de estranhos.

A Vida por Escrito

07/06/2023

Tal como previa, li A Vida por Escrito num sopro. No fim-de-semana em que o comprei.

E, de todos os livros sobre escrever que me ocupam, num quadrado de estante, duas fieiras de manuais sobre o métier, excluindo os de cinema, que estão noutro, este é, de longe, o melhor e mais completo. 

Bem escrito, como não?

Com histórias de pessoas que sabemos que existem de verdade. Exemplos reais, sobre o processo. O que é raro. O processo fica, com frequência, demasiado intelectualizado, nos livros sobre escrever.

Castro é a antítese disso.

Sem paternalismos nem desvios, Ruy Castro não está aqui para falar da indústria, da venda, da publicidade. Nem para dar lições de moral. Sequer com choros ou falsas modéstias. Está, isso sim, para falar sobre a nobre arte de escrever.

Nomeadamente, Biografias, o que faz de melhor.

Por isso, o título de melhor biógrafo em língua portuguesa faz-lhe jus. Tenho três das suas biografias e li uma quarta. É absolutamente brilhante.

Apenas biografa gente morta, século 20, anos 20-70, no Rio.

Explica o motivo e tantos outros, bem como dá dicas de trabalho preciosas. Ficamos com a sensação de que nada nos escondeu.

Fartei-me de aprender.

Apesar de cascar de forma cruel no Gay Talese e menosprezar ícones do New Journalism. Mas, lá está, tem autoridade moral, por ter conhecimentos práticos e teóricos sobre o tema.

PS: No outro dia, fiz uma lista de livrarias de Lisboa. Agora, queria apontar para uma delas, que não seja uma grande, cheia de lojas pelo país inteiro. No entanto, e apesar das minhas boas intenções, nenhuma das que pesquisei tinha o livro. Já a Bertrand, salva-nos sempre. Não só é portuguesa como não se transformou num supermercado de gadgets e cenas, como a Fnac. E os livros dão desconto direto no IRS, se a fatura for emitida pela Bertrand. Por outro lado, na Fnac, temos de validar.

Os livros que nos falam

06/06/2023

Há livros que nos falam, sem sequer os abrirmos. A permanência da palavra escrita irrompe pelos ouvidos, ficando o seu sussurro a navegar na nossa cabeça.

Os meus preferidos.

Os livros que nos chamam das prateleiras. Em casa bem como nas livrarias.

Também julgamos pela capa.

Sete anos de Book Depository equivaleram a 120 Livros e 1600€.

Por outro lado, livros, e séries, têm o efeito em mim que as notícias têm para algumas pessoas.

Companhia.

Ter saudades de personagens é isso. Viver a vida delas e depois mais nada. O vazio do desaparecimento, do abandono, do fim das coisas. Por isso revejo séries tantas vezes. Como o sexo e a cidade, até à 4ª temporada. O Divorce.

Ou o Younger, quando ainda me lembro dos episódios. 

Pois, para evitar gastura, tenho andado para trás nos canais de cabo que dão filmes de outros anos, parecem de outros tempos, e apanhado boas coisas. A maioria revejo. Como aquele belíssimo com o Ruffalo e a Keira Knightly. Outras, apanho boas surpresas.

Gosto de filmes, séries e livros sobre livros. E sobre escritores.

A premissa do filme que apanhei no Hollywood é essa, a dos livros que nos falam.

E cujos personagens, neste caso, saltam das histórias para a vida e vice-versa. Por isso, tem personagens impossíveis, por ser uma fantasia. E uma história para agarrar o leitor, em que ninguém precisa de ser assassinado. Como parece acontecer com todos os filmes e séries por streaming. Ou são Hallmark e Real Entertainment, a mesma distribuidora, ou alguém morre assassinado.

Mas é bonitinho.

De resto, acabei o 48 leis do poder, a bio do Hesse vai bem, The Will to Power para não quebrar o ritmo, mas antes, Ruy Castro, e o seu livro sobre escrever. Mais um… Que lerei muito provavelmente no fim-de-semana… Não estava nos escaparates da Bertrand de Alvalade, o que é estranho. Ainda por cima, o JMT recomendou-o no último GS.

Livrarias de Lisboa

04/06/2023

Lista de Livrarias, em Lisboa: 

Livraria do Notting Hill

Livraria Martins Av. Guerra Junqueiro, 18. Seg-Dom 09.00-21.00

Tigre de Papel Rua de Arroios, 25. Seg-Sex 10.00-20.00, Sáb 10.00-18.00

Kingpin Books Avenida Almirante Reis, 82-A

Bertrand Chiado

Letra Livre Calçada do Combro, 139. Seg-Sáb 10.00-13.00/ 14.00-19.00

Livraria Snob R. de São Pedro de Alcântara, 3. Seg-Sex 13.00-18.00, Sáb 10.00-18.00

Livraria da Travessa Rua da Escola Politécnica,

Almedina Rua da Escola Politécnica, 225

Livraria Poesia Completa: R. de São Ciro, 26. Ter-Dom 11.00-19

Distopia Rua de São Bento, 394 1200-822 Lisboa

Palavra do Viajante Rua São Bento, 34

Novelos e Enredos Rua São Bento, 363

Tinta dos Nervos Rua da Esperança, 39. Ter-Sex 11.00-19.00, Sáb 11.00-18.00

Photo Book Corner Rua Marquês Sá da Bandeira, 86C. Seg-Sex 11.00-17.00

Miosótis Avenida Rovisco Pais, 14A. Seg-Sáb. 10.00-19.00

Ler Devagar Rua Rodrigues Faria, 103. Dom-Qua 10.00-22.00, Qui-Sáb 10.00-24.00

Leituria R. José Estêvão, 45A.

Livraria Ferin Rua Nova do Almada, 72

Leya Buchholz Rua Duque de Palmela, 4.

Livraria Ler Rua Almeida e Sousa, 24-C

Memórias

31/05/2023

Está na moda dizer mal das memórias, que são viver no e do passado. Contra mim falo, que já o disse.

Tal como vi numa daquelas séries veículo de propaganda à descarada, que, lamentavelmente, adoro, chamada Younger.

No entanto, as memórias são também um garante de sanidade. Bem como de segurança.

Um repositório da nossa existência.

Negar memórias é uma medida totalitária. Para que possam controlar a narrativa.

Sem as quais é possível…

As físicas são as  maiores tira-teimas. Como demonstrou o JMT, esta semana, no Governo Sombra.

E fiquei feliz de saber que não sou só eu quem faz das memórias de infância lugares felizes.

Ao melhor estilo Verão Azul.

Pois uma amiga, mãe de filhos, com, portanto, algo por que aspirar, tipo netos, recordou, com testemunhas, tempos felizes, dela e dos seus filhos, agraciados com essa possibilidade.

Que, hoje em dia, não é para todos.

De resto, já muito escrevi sobre memórias. E, sim, há o perigo sempre iminente de vivermos delas, numa fantasia, numa ilusão. No ressentimento, na crença de, por vezes, falsas memórias. Que nos afetam as escolhas que fizemos lá atrás e, por conseguinte, o presente.

Já não estamos mais para isso.

Tal como em todas as escolhas, as memórias também são momentos, acontecimentos, paixões, casamentos. Que, por sua vez, dão um rumo oposto ao do errante, do viajante, do seeker.

Por outro lado, documentam a nossa história pessoal, que é sempre um garante de permanência, uma confirmação de existência, até.

How Power Works

30/05/2023

Don’t waste your energy. These people do not have a conscious, power driven people never do. Hence, they couldn’t care less about the people.

They only care about themselves.

What they must know is that, as soon as the whole world, or at least the West, is under a one world government, meaning: once the 1% who really owns the world is done with them, they are no longer needed, nor their jobs, the 1% will discard governments, EU, UN, WHO, puppets, on the spot, as we do with used toilet paper.

That’s how power works.

It’s never shared, nor given, only acquired. Becoming omnipotent. Like how the Rockefellers, the Rothschilds, Gates and Shwab know too well. As long as you depend on their money, they have you by the balls.

Apropos and for more on Power.

The psychos already know how to use it. This book is for the ones who don’t. Highly recommend it. So you know what you’re dealing with.

A book and this movie.

Stories rule, indeed, the sane world.

[Daqui em diante, só pagando…]

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Êxtase

27/05/2023

Andamos uma vida inteira a correr atrás do que nos traga de volta aquela sensação de paz, conexão, totalidade, êxtase. De união com o cosmos e tudo quanto nos rodeia, pois a eles pertencemos. Por estarmos em completa consonância, acolhimento e aceitação, com todas as partes de nós.

Na verdade, nem pensamos nisso, quando atingimos o que os budistas chamam: Nirvana. Somos um só.

Há várias formas de ating-lo, cada um saberá das suas.

No entanto, a maioria não passa de penso rápido*. Por isso, nos viciamos…

O vício vem de um apaziguamento do ego. A totalidade implica mais do que isso. Uma conexão com o Self, a alma, que vem de dentro.

Autogerada pelo todo de nós, integrado.

No outro dia, a propósito de Barcelona, falávamos de arte, de visionários, de génios. São assim as conversas, e a psique feminina, como as cerejas. Perguntei se tinhas ido à Fundação Miró. Recebi de volta um: não acho piada alguma ao Miró…

O que me fascina, respondi-lhe, é o que vai naquela cabeça para se expressar assim. Como o Dali…

A minha cara mudou, bem como o meu tom de voz. Conexão pura.

E saber como funciona a cabeça das pessoas, o que as faz mostrarem-se assim ou assado, quem são de verdade, o que as motiva, qual a sua história, é algo que se mantém na minha vida desde, pelo menos, a adolescência.

Isso e ler. Bem mais cedo.

Aqui há tempos, descobri uns livros meus de criança, na arrecadação da casa de família, e até me vieram as lágrimas aos olhos.

Já que, aprender com histórias é conhecer com a alma.

Para jamais esquecer. Pois não importam os detalhes, mas a ideia.

Os livros têm sido sempre uma companhia, as histórias uma forma de entender as pessoas e as suas cabeças. Mesmo considerando que são personagens, baseadas em arquétipos.

A fonte de tudo.

Consolidado na escrita. Que também me tem acompanhado desde a adolescência. Umas vezes mais outras menos. Mas é, sem dúvida, um contributo para o meu equilíbrio.

Sabemos o que nos conecta de facto – que é nosso de verdade e não uma carência do ego, que se relaciona sempre com a nossa imagem pública – quando se mantém uma constante na nossa existência.

Talvez a grande maioria não conheça as suas. A aventura de uma vida…

E, quando somos suficientemente afortunados para que aconteça – a vida é feita de momentos, de pontos de não retorno – sabemos que é para tal que vivemos, para o divino em nós, ao seu serviço. O único que aceito como Senhor e Mestre. O êxtase absoluto:

O orgasmo existencial…

Em que, finalmente, tudo faz sentido…

*Há um capítulo sobre isto no Message in a Bottle, o meu melhor livro, de longe… A 8,99€, na versão impressa. E a 4,99€, na versão digital.

Rare Objects

25/05/2023

Rare Objects, de Katie Holmes, traz-me de volta a esperança de que o cinema não seja apenas um veículo de propaganda, cada vez menos velada, pelo contrário, enfiada goela abaixo de todo o Ocidente. Agenda pushing descarada. Sendo Hollywood e as plataformas de streaming os seus principais veículos. Com reforço da mesma, pelos meios de comunicação de massas.

No fundo, que volte a ser arte, em vez de suposto entretenimento.

Conexão pura, de uma profundidade imensa. As personagens, não só as protagonistas, como também os homens, são verdadeiros, e não apenas estereótipos, frases memoráveis, direção de arte irrepreensível.

Um ritmo perfeito e uma banda-sonora à medida.

Conta a história de duas raparigas que se conhecem numa instituição psiquiátrica, no momento de saída da protagonista, e das suas vidas cá fora.

O que aguentam e não aguentam. E o que fazem para tal.

Confronta-nos com o que é, de facto, mentalmente saudável, o que é imposto como normalidade, o que é real e o que é forçado, falso, uma fuga.

E se é normal um escape, porque a realidade é demasiado dura para a vivermos sóbrios e sozinhos, fingir que não o é, fugindo da mesma, também não é solução. Pois, mais tarde ou mais cedo, atinge-nos em cheio e, se não nos cuidamos, desmoronamos.

No mesmo dia em que vi a entrevista a Johnny Depp, em Cannes, e o ouvi dizer que estará do lado oposto ao do circo, que se mantém fiel à verdade, que se distancia do mediatismo e do que os outros acham que são os seus direitos, enquanto cidadão livre, Rare Objects reforça a certeza de que só a verdade importa.

É preciso ter coragem, e humildade, para se ser verdadeiro.

E confiar que chegará o dia em que não precisaremos de ser permanentemente vigilantes, apenas soberanos.

Não é o primeiro filme de Katie Holmes, mas foi o primeiro que vi realizado por ela. De uma delicadeza ímpar, brilhante no papel de Diana, fiquei cheia de vontade de ver o que mais fez. Este é baseado num livro com o mesmo nome, que me suscitou imensa curiosidade.

It’s OK to be broken… Some people need to be seen, before they can hear.

Não há nada mais real do que isto. Tudo o resto é mera pose, sobrevivência, viver pela metade.

Hesse

14/04/2023

Siddhartha foi o primeiro livro que li de Hermann Hesse. E apaixonei-me perdidamente. O segundo, O Lobo das Estepes.

Um tratado de psicologia.

Foi nesse momento que assumi que Hermann Hesse ganhava a vida como psicólogo. Ao ponto de dizer que o meu primeiro contacto com a Psicologia veio da literatura, de Hermann Hesse, mais precisamente. Portanto, nunca me ocorreu confirmar, dada a profundidade do texto de: O Lobo das Estepes.

E da grande maioria das suas obras.

Todas têm um viés psicológico tão preciso que, quanto mais não seja por contágio, Hesse é da mesma região de Jung, a psicologia está presente na vida de Hesse desde muito cedo. Intuitivamente, pela via do existencialismo.

Como está na minha, curiosamente…

Depois, a cada vez que ia ao King, descia até à livraria e comprava os que não tivesse. Hoje em dia, cada vez se veem menos…

No entanto, só agora, ontem, mais precisamente, ao ler a sua mais recente Biografia, brilhante, por sinal, embora custe a entrar, percebi que talvez não tenha sido. Quando cheguei ao momento dos seus 30 anos, casado e pai de filhos, dei-me conta de que, se era para estudar Psicologia, já deveria ter começado e acabado…

Claro que, num rápida pesquisa na internet, descobri que andei iludida a vida inteira.

Hermann Hesse foi poeta, escritor e pintor.

Mas não psicólogo.

Apesar de ter um dream diary of psychoanalysis, da busca individual pelo autoconhecimento e a espiritualidade e fazer psicanálise. Com Josef Bernhard Lang, que frequentava o ciclo de terapeutas à volta de Jung. E era especialista em sonhos.

Contudo, Hesse superou o mestre, como todo o bom Herói.

Junguiano até ao tutano

Pode parecer estranho que, sendo o meu escritor preferido, não soubesse de toda a sua vida. Acontece que toda a sua vida não me interessava. Interessava-me, isso sim, a obra, não o homem. Já que, não raras vezes, o criador é infinitamente menor do que a criatura.

Hermann Hesse é mais um que confirma a regra. 

E talvez passasse bem sem sabê-lo. Devia ser um pesadelo viver com ele. Já a obra, não me faz mal algum, pelo contrário.

O gosto pelas biografias veio uns anos valentes mais tarde. E, nesse caso, não poderia deixar de ler a sua.

Personality 2017

13/04/2023

Tenho andado a assistir às aulas do Jordan Peterson: Personality, de 2017. Um tesouro. Para além de aprender horrores, esclareço intuições não racionalizadas.

O questionário de personalidade que ele desenvolveu, ou o Big 5, não me dizem grande coisa. O tipo de categorias não é intuitivo, como é no MBTI, e o perfil que traça (com base nas nossas respostas), não só não é tão preciso como falha, em algumas conclusões. No entanto, quando Peterson traduz o que os títulos “avaliam”, torna-se mais fácil de entender. Mas não o torna melhor, pelo contrário…

E acaba por ser o que me separa da psicologia de outros autores.

Pois, para mim, perverte o princípio básico da Psicologia: na medida do possível, contribuir para tornar pessoas independentes e autónomas, para que possam seguir as suas vidas, sem bengalas.

O sistema de castas na Psicologia foi o que sempre me afastou da mesma, até encontrar Jung. Pois é nessa linha da Psicologia que acredito, e a única que defendo. A que contribui para o crescimento psíquico e emocional.

O MBTI foi o único questionário de personalidade aprovado pelo Jung.

Acho Peterson infinitamente melhor orador do que escritor.

Esta aula é particularmente relevante no que se refere às diferenças entre homens e mulheres.

E explica muita, muita coisa nas nossas vidas. 

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