É uma coisa engraçada, a memória.
Há de haver um processo qualquer que nos faz esquecer determinadas vivências para que possamos sobreviver. E, de alguma forma, meio mancos, consigamos coxear para a frente.
Essas memórias são como brasinhas.
Que não pegam fogo à casa mas ainda não se extinguiram. Dançam umas com as outras em cantos recônditos da nossa cabeça. No entanto, basta um pequeno rastilho para que apareçam bem vívidas. E ocupem rapidamente o lugar da frente das nossas memórias, como se tivessem acontecido há cinco minutos.
Dizem que só os velhos vivem de memórias, que é o que lhes resta porque o futuro é ao minuto.
Mas é mentira.
Há muitos seminovos que vivem de memórias. Outros que nem das memórias saíram. Lá permanecem, nos anos 80 e 90. 60 e 70…
E alguns que vivem de memórias do que não aconteceu, do que poderia ter sido, agarrando-se ao que foi, como medida preventiva da consciência. Para dar tempo ao inconsciente de processar o conteúdo simbólico dessa memória, agora com mais dados disponíveis.
No entanto, as memórias têm um tempo próprio. Ler Mais…