No meu entender, o Até Sempre é um cântico litúrgico e com todas as etapas e emoções de um grande lamento de amor filial, expresso ao longo do livro de um modo notável.
Sente-se que as capacidades de analise profissional da autora são aqui elaboradas com uma mistura de um alto sentimento de afeição com o brilho e a frieza da razão.
Não esquecendo nunca de manter o enquadramento brilhante da vida paternal com a sua família, a sua terra, os seus amigos e os seus almoços académicos, também, com os lazeres e prazeres de uma vida total e enriquecedora onde atingiu os máximos de excelência profissional e riqueza humana.
No entanto, por algum tempo, o relato torna-se mais sombrio e de uma certa tristeza provocado, sem duvida, pela resistência e recusa á aceitação de uma realidade conhecida e final.
Mas agora sente-se a reviravolta e a “sinfonia total” não somente a flauta, tem de se ouvir.
Seguimos o texto da pagina final e aparece-nos a ressurreição, a reconquista, o absoluto e a conquista da vida.
Precisávamos agora da 2o sinfonia de Mahler para honrar tão belo testemunho.
Parabéns, Isabel, e um abraço grande ao pai.
Com amizade,
António Serras Pereira