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Message in a bottle

Message in a Bottle

16/04/2022

Não sei se alguma vez escreverei um livro como o Message in a Bottle… Que se encontra reeditado em papel, na Amazon. Foi traduzido para inglês, espanhol, francês e italiano. E não foi por mim…

O que me deu um gozo tremendo.

“Estive a folhear, de novo, o “bottle” e achei curioso que pus uma anotação a lápis em quase todos os capítulos, uma espécie de título. Espero que continues a escrever, não descanses. Sei, de experiência, que é um procedimento trabalhoso, fazer e desfazer, alterar, acrescentar, remendar, há quem dramatize e o considere um ofício doloroso, mas, quando o resultado agrada, pela simplicidade e elegância, também proporciona momentos de grande satisfação, como deves ter sentido muitas vezes”. António Quirino Soares

Independência ou morte

27/05/2020

A ilusão da democracia, do partido político, do clube de futebol, da religião, da ciência, dos números, dos astros, do comunismo, do socialismo, do fascismo, da ditadura, do poder, do controlo, da opinião, da participação, do dinheiro, da moda, da beleza, do desporto, da comida, do álcool, das drogas, do sexo, do que funciona, do que não funciona. Da guerra e da paz. Da luta, da batalha. Da ordem e do caos. Da posse. Do ego, da sombra e da persona. Do cinema, do teatro, da dança, da arte em geral, dos livros. A ilusão da cultura. A ilusão do ter e do ser, do conhecimento e dos factos. A ilusão da vida e da morte, da depressão e da tristeza, da alegria e da euforia. Da família, dos irmãos, dos filhos, dos pais, dos netos. A ilusão da maturidade e da eterna juventude. Da fuga. Da presença e da ausência. Da distância e da proximidade. A ilusão do medo, da ignorância. Da saúde e da doença. A ilusão da vida saudável e da vida desregrada. A ilusão do compromisso e da liberdade, e da falta dela, a sua maior aliada. Da dependência e da independência, que pode ser a forma mais básica de dependência… A ilusão da agressão e da passividade, da coragem e da manipulação. Da bondade e da maldade. Da inocência. A ilusão dos heróis e dos vilões, dos fracos e dos fortes, dos bonitos e dos inteligentes. A ilusão da roupa espalhada pela sala e da cozinha arrumada, da pasta de dentes amassada e direitinha. A ilusão do cliché, do diferente. A ilusão dos amantes e a do casamento. Do acordo e do desacordo. Da solidão e da companhia. Das rotinas e dos dias sempre diferentes. A ilusão da esperança, dos dias melhores. A ilusão do dever e a do prazer. A ilusão das causas e a de um ideal. A ilusão dos ímpetos. Da estabilidade, da segurança, da rotura. Da destruição e da construção. A ilusão do conflito e da mudança. A ilusão da permanência e da partida. A ilusão do outro, a nossa própria ilusão, sobre nós e sobre o outro. A ilusão da influência. A ilusão suprema, a ilusão da (nossa) importância… Message in a Bottle, 2011.

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