Celebrar os outros

21/10/2023

Celebrar os outros é tão ou mais gratificante do que celebrarmos apenas os nossos feitos. E não, não se trata de sinalização de virtude. Sequer de falso entusiasmo.

É mesmo genuíno.

Estava a rever o meu ano e apercebi-me de que foram muitas as celebrações dos meus.

Que tive a felicidade de testemunhar.

A exposição de fotografia da mão do meu afilhado, a bênção das fitas e o noivado dele, dois meses depois. O monólogo da filha de uns amigos, no Taborda. A exposição de pintura de uma amiga e a peça de final de curso da filha dela. O bar novo dos meus primos. Os 80 anos do meu tio e a reunião familiar memorável. O meu primeiro “neto”, o casamento do meu melhor amigo.

Entre outros reencontros.

Numa altura em que parece não haver grandes motivos para ter esperança, constato, mais uma vez, que uma coisa é o que o nosso ego acredita, para se proteger nem ele sabe de quê.

Outra é o que é…

E, muitas vezes, a solução está em ficar quieto e ver o que aflora. Normalmente, o vínculo é mais forte do que tudo o resto. É só confiar nele…

Por outro lado, às vezes não apetece celebrar, por parecer não haver razão para tal. No entanto, a maturidade também é celebrável.

Embora custe, como todos os lutos e renascimentos.

Também tenho a sensação de que os portugueses são pouco dados a grandes celebrações. Ou se calhar é uma coisa familiar.

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