– Ai valha-me Deus, Ambrósio, mandou arear as pratas?
– Que saudades que tinha suas, Senhora…
– Mas mandou ou não?
– As pratas estão sempre areadas nesta casa, Senhora, que eu não sou nenhum incompetente. Muito menos um pau mandado.
– Bata na boca, Ambrósio.
– Não seja porca, Senhora.
– Ó Ambrósio, mas nem as saudades o amansam? O que será de si, valha-me Deus…
– Posso sempre contar consigo, Senhora, mas diga, diga…
– Bom, há provisões de Ferreros pra toda esta gente, Ambrósio?
– Mas, Senhora, o que se passa?
– Então não deu por nada, Ambrósio, os Srs. do Delito abriram os salões, espera-se um corropio de gente a entrar-nos pela casa adentro…
– Bom, Senhora, se assim é, já sabe o que esperar de mim, mau humor avulso e respostas tortas, como sempre.
– Ai credo, Ambrósio, mas não melhorou nada nestes últimos anos?
– Antes pelo contrário, Senhora, estou ainda mais refinado…
– Que Deus o proteja, Ambrósio.
– Vou antes mandar reforçar a segurança, Senhora…