Há de haver poucas coisas mais desconfortáveis do que um cobertor molhado. A expressão Wet Blanket em inglês seria o equivalente à expressão portuguesa: balde de água fria. E à brasileira: corta barato.
Um wet blanket é alguém que estraga a festa da outra pessoa ao recusar-se a juntar-se à dita ou ao desaprovar a ideia criativa/solução apresentada por outrem.
São os chamados corta-moca.
Imaginar um cobertor molhado a cobrir-nos é mais ou menos o que sentimos quando alguém corta o nosso barato criativo. É gente que não interessa a ninguém. Porque acorda o nosso cobertor molhado interno, que irá ficar feliz da vida, e porque somos suficientemente inteligentes e auto-críticos para o fazermos por nossa conta, para chegarmos lá sozinhos.
Por isso, se alguém lhe servir um balde de água fria, escolha outra coisa do menu. É a frase que ilustra o date e que é mais interessante do que o date em si. A primeira e única vez que fiz humus deitei-o fora por não lhe ver utilidade e serventia. É daquelas coisas que fica ótima na mão dos outros, mas ter um pote disso em casa é um desperdício, com tanta gente a morrer de fome.
E se há coisa boa nisto do autoconhecimento é descobrir que não somos o cão do Pavlov. Que podemos refazer caminhos neuronais, que temos opções diferentes das que o nosso cérebro está habituado a seguir, no automático.
Artist’s Date 183/365 – Make Humus (If someone serves you a et blanket, chose something else from the menu)
Não quis passear, estava muito calor.
Artist’s Date 182/365 – Walk a Dog
A expressão “balde de água fria” também é usada no PT-BR. Até mais do que “corta barato”, acho que esta se perdeu com o tempo, enquanto aquela tem um significado mais amplo, por isso, mais duradouro.
Saudades.
saudades… corta barato deve ser uma versão mais informal de balde de água fria ;)