E de repente, perante uma pandemia que não poupa ninguém, ricos ou pobres, ocidente ou oriente, norte ou sul, desta vez, ninguém fica a rir-se, ninguém se sente superior a ninguém, o mundo virou-se de cabeça para baixo. Em 195 países, 188 já reportaram casos de covid-19. Não nos iludamos. Não quer dizer que nos restantes não existam. Apenas não são conhecidos ou reportados. Ninguém está a salvo. Ninguém está protegido.
Fazendo que os tempos obriguem a que sejamos Self, e não ego…
Que o eixo se inverta de uma vez e que o ego trabalhe ao serviço do Self e não o contrário. Que trabalhe na direção do bem comum e da totalidade, em vez de ficar ao serviço da megalomania, da prepotência, do desejo de poder e controlo, do narcisismo puro e duro.
Tempos esses de proteção e preservação da vida, individual e coletiva, não de destruição da mesma.
Ainda há um mês toda a gente queria garantir que morria. Hoje, toda a gente fica muito chocada com o facto de os médicos terem de decidir quem vive e quem morre por falta de meios. E agora vão ter de me ouvir: todos vocês que andaram aí a gritar pela eutanásia, bem como os deputados que a aprovaram, são responsáveis por dar ao Estado o poder de decidir quem vive e quem morre.
Enquanto o vírus corona se espalhava pelo mundo, o Parlamento corria para aprovar a lei. Que poderia perfeitamente ter esperado. E agora corre atrás do prejuízo, em vez de ter apostado na prevenção.
É o tempo de nos voltarmos para o que temos vindo a desprezar e a desconsiderar.
Sem qualquer consciência, individual ou coletiva.
A ciência, que tem sido desprezada como nunca, em prol de ideologias de extrema esquerda que em NADA contribuem para ajudar as pessoas a lidar com os seus problemas. Muito menos a resolvê-los. Ou, no limite, a aceitá-los.
Todos os dias se contam mortos. Homens e mulheres.
Não há fluidez de género, não há gente que se sente assim e assado. Há sexo masculino e feminino e acabou. E gente que precisa de terapia para aprender a conhecer-se, a aceitar-se. A responsabilizar-se por si mesma. E nada como a anatomia, a biologia, a genética, para o provar. No limite, não há lugar a subjetividade e a verdade vem à tona. O corpo NUNCA mente.
A psicologia, como ferramenta para o autoconhecimento.
Que permite agora que as pessoas que fazem terapia se conheçam e saibam o que fazer e como, para lidar com a ansiedade, a impotência, a incerteza. Fazendo o que podem para manter a sanidade mental.
A solução é individual porque todos somos diferentes. Cabe-nos a nós saber o que melhor nos serve. E para isso temos de saber quem somos. Há uma série de psicólogos disponíveis online para ajudar pessoas a lidar com a ansiedade e a incerteza dos tempos que vivemos.
A religião: a fé é importantíssima em momentos de crise.
A fé permite que subsistamos apesar não sabermos o que temos pela frente. É também o que nos permite viver sabendo que não controlamos nada. Não nos impede de fazer, mas com ela rendemo-nos às evidências. As de que há muita coisa que não depende de nós, que não podemos pagar por ela, e que Outro que não nós, e que vê adiante, há de repor a ordem no Universo.
Os católicos, que têm sido massacrados, levam dez a zero de avanço de todos os outros. Vocês não têm nada a ver com a fé e a religião alheias. Deixem os católicos em paz. São eles que defendem, com responsabilidade e a consciência possível, os valores mais básicos da sociedade, como o da família. Que têm sido destruídos um a um, pela ideologia de extrema esquerda. Papagueada pelos moderninhos e os progressistas de trazer por casa. Sem qualquer consciência coletiva. Nem mesmo individual. A Igreja Católica é neste momento a única instituição a fazê-lo. Nunca deixou de o fazer.
Metam-se na vossa vida e parem de policiar a vida alheia
Investigação: cientistas e bolseiros de investigação, chamados chulos do sistema, estão, como sempre estiveram, a TRABALHAR, estudar é trabalho, agora concentrados no vírus, e a desenvolver remédios e vacinas para nos curar a todos. É nas mãos deles que a nossa vida está. É deles que dependemos.
Da ciência, da verdade, da objetividade.
Juntemos-lhes os enfermeiros, que ganham 4€ à hora, e que estão a ajudar a salvar vidas. Arriscando ser contaminados, sem dormir, sem ver as famílias, a sofrer, sem poderem parar porque o sacana do vírus invade tudo. E que se fartaram de exigir melhores condições, enquanto a turba reclamava.
O vídeo dos profissionais de saúde de Itália é particularmente impressionante: não há mais tempo
As forças de segurança: são elas que nos protegem. Que vigiam adultos para os obrigar a ter consciência cívica e responsabilidade individual e coletiva. É inacreditável como é preciso fazê-lo…
Exército (entre outras forças): é o exército que, em Itália, transporta centenas e centenas de corpos dos hospitais e morgues para outros locais. Porque já não cabem em lado nenhum e as famílias não podem juntar-se para se despedir. É o exército que virá para a rua se as pessoas insistirem em não respeitar as recomendações de ficar em casa, porque não aguentam lidar consigo mesmas e com os seus.
Não queiram o exército na rua. A pouca liberdade que temos agora acabará.
Este também é um ótimo momento para percebermos que todos precisamos de todos.
E de empatia, da capacidade de nos pormos no lugar do outro, da auto-responsabilidade.
Que ninguém é indispensável, inferior ou desprezível. Em momento algum.
Extrovertidos que chateiam introvertidos até à medula para sair de casa e aproveitar a vida, sabe Deus o que isso quer dizer, estão agora todos atrofiados sem saber o que fazer em casa. Aprendam connosco, agora. Ou pelo menos respeitem-nos, aceitem-nos, entendam de uma vez por todas que somos diferentes. E ainda bem. E que não somos menos do que vocês.
É nas diferenças que crescemos e aprendemos.
E não na supressão das mesmas, como tem sido propagandeado pela extrema esquerda.
Precisamos agora das capacidades individuais de todos, cada um com as suas, para que uns e outros percebam que há alternativas ao status quo, ao modo como temos vindo a viver. E que nos foi imposto como única solução para a vida. Para que uns e outros contribuam com o que sabem, no sentido de todos nos entre-ajudarmos a lidar com isto.
Pessoas que estão a trabalhar para garantir a sobrevivência de toda a gente, como caixas de supermercado e respetivos repositores, homens do lixo, motoristas de camiões, pilotos, cadeias de produção e distribuição de alimentos. Agricultores. Pessoas que trabalham em empresas de internet, luz, gás, água. Técnicos, de laboratório entre outros. Pessoas que arriscam a vida todos os dias para evitar que o mundo pare ainda mais.
E que todos possamos continuar a viver.
Que as pessoas precisam de ser bem pagas para poderem viver com condições mínimas. E que esse valor não depende de merda de mercado nenhum. De oferta e procura.
Para poderem não só cobrir as suas necessidades básicas mas também pagar aos artistas pelas suas criações. Artistas esses que agora nos entretêm à borla. Com stories e concertos nas redes sociais.
Junto-lhes a arte como forma de expressão de todos os anseios e angústias, que são comuns a todos por fazerem parte do inconsciente coletivo que é de toda a humanidade.
Museus com visitas virtuais. Escritores que escrevem e publicam livros. Muitos estão disponíveis online, gratuitamente. Atores, argumentistas, criativos de todo o tipo, técnicos de cinema e televisão, sem os quais a nossa vida seria ainda pior do que é agora. Que nos permitem que nos desviemos do tema, nos centremos em valores que andamos a desprezar há anos e que agora nos ajudam um bocadinho a lidar com tudo o que está a acontecer.
São tempos nada comparáveis à quarentena da gripe espanhola, em 1920, sem Netflix, HBO, internet, com um acesso limitadíssimo à informação. E que nos deixariam ainda mais isolados do que já estamos. E, ainda assim, só vejo gente a queixar-se de ter de ficar em casa. A aturar a família, mulher, marido, filhos… Pais, avós… As pessoas com as quais escolheu partilhar a vida. Que lhe deram a vida e a garantiram. E agora não as aguentam…
Trabalho que não é quantificável é trabalho e merece ser remunerado. Ou pelo menos reconhecido. Relações que não são de circunstância revelam-se agora vitais. E as outras não fazem falta nenhuma.
É um ótimo momento de retratação.
Para acabar com moralismos de merda, a esquerda tem sido particularmente desonesta nesta fase do mundo. Sem noção alguma, de nada. Apenas com a agenda do costume como pano de fundo. Apropriando-se de tudo quanto é valor universal.
A manutenção do SNS, como do NHS no Reino Unido, é uma questão de civismo, não pertence à esquerda ou à direita. “Não podemos considerar-nos países civilizados enquanto houver uma criança a morrer por falta de cuidados de saúde”.
Tenham noção.
Isabel, gosto tanto de si. É um prazer poder lê-la. Fique bem…<3
Obrigada :) Fique bem também. <3