
Hoje descubro que tinha não só a ver com a elevada probabilidade de suborno, mas também com a credibilidade que ele queria e precisava de manter. Credibilidade essa que se prendia com a profissão dele, mas também com a sua identidade. Credibilidade essa que foi reconhecida pelos seus pares, que o elegeram várias vezes para os “representar”, em várias instâncias, até ao fim da carreira dele. Na profissão que exerceu exige-se, entre outras coisas, credibilidade. Que, vejo agora, tem uma relação muito estreita com dignidade. E com confiança, talvez também com lealdade, valores familiares que nos são muito caros a todos.
É bem difícil resistir, mas é uma questão de prioridades, que se definem e que precisam de ser relembradas a cada instante. Saber o que queremos, quais os nossos objetivos, qual o exemplo que pretendemos dar. Acho que herdei isso dele, luto contra as tentações todos os dias. A dignidade pode até ser recuperável, mas a credibilidade perdida dificilmente é recuperada.