É rigorosamente verdade e das frases que mais me irritam em relação a músicos, atores, escritores, criadores em geral: vai mas é trabalhar. Como se o trabalho criativo não fosse trabalho. Como se tivéssemos de ter um patrão para sermos considerados trabalhadores dignos desse nome. Como se a criação fosse algo que se fizesse no tempo livre, enquanto se vê a novela. Como se o trabalho criativo fosse uma brincadeira. Não é. Sai-nos do sangue, do corpo, da alma. Além da cabeça, que é só o que as pessoas normais usam para trabalhar. Como se criar não levasse tempo, uma vida, não custasse inclusive dinheiro e muito, dependendo do tipo de investimento feito. Em livros, pincéis, tintas, instrumentos musicais, pesquisa de todo o tipo.
Irrita-me quase tanto quanto quem ri, goza, faz pouco, troça dos artistas, dos criativos. Já o disse aqui milhares de vezes: queria ver o que seria da vida sem livros, música, cinema, teatro, pintura, fotografia, arte em geral. Acham que é quê, geração espontânea?
Se calhar é dor de corno…
Só fazendo um desenho, mesmo…
Tivera eu jeito para a poda…
Many of us equate difficulty with virtue; and art with fooling around.
Artist’s Date 246/365 – Draw a Cartoon