Dia Mundial da Criança – Uma espécie de Rap

Em vez de uma música para criança, escrevi uma espécie de rap como se fosse uma criança, com a consciência de um adulto, ou de um adolescente, não sei bem…

Dizes para me portar bem, 
Portar bem, portar bem.
O que é isso de portar bem?

É não te incomodar?
Não dar chatices?
Ser um boneco e não uma criança?

É ficar quieto e calado, não ter quereres, só deveres?
É não ter vontades, sentimentos, verdades?
É ser uma marioneta nas tuas mãos?

E quando crescer, quem vai dizer-me o que fazer?
Se não me ensinares a pensar por mim? A valorizar o meu querer?
Queres amar-me ou controlar-me?

Que seja feliz ou a pessoa que não pudeste ser?
Que seja gente ou um produto da tua educação?
Para exibires aos amigos? Ao mundo? Tem noção…

Deixa-me ser, deixa-me ser.
Olha para mim, olha para mim.

Reconhece-me, vê-me, quem sou, quem posso ser.
Ama-me como sou,
quando me porto mal, quando me porto bem.

Ama-me primeiro, ama-me mais,
educa-me depois, não preciso de dois pais.

Não faço para te desafiar, só sei fazer assim.
Não faço birras, não sei expressar-me melhor.
Tenta entender, tenta ver, além de ti, além de mim.

Só quero que olhes para mim, me vejas, com o coração.
Sou uma pessoa, não um produto da tua imaginação.
Sou quem sou, não uma fantasia, uma ilusão.

Olha para mim, olha para mim.
Vê quem sou e não quem querias que fosse.

Cuida de ti, ama-te, para conseguires amar-me a mim.
Olha para mim, olha para mim.

Artist’s Date 151/365 – Write a Song For Children