Um dos projetos de uma vida, se a tiver e para tal houver disponibilidade, e talvez o mais ambicioso, é escrever um tratado sobre o feminino. Tipo Lobo das Estepes mas mais para loba da floresta. O feminino é o tema sobre o qual mais tenho bibliografia.
Enquanto o tratado não acontece, vou escrevendo ensaios.
Jung diz mais ou menos que se o Processo de Individuação é a grande conquista da Identidade, a integração do animus (Yang – arquétipo masculino na psique das mulheres) e da anima (Yin – arquétipo feminino na psique dos homens) é a masterpiece.
O mundo, e a consciência, começou por ser feminino. Com a chegada do Patriarcal, Zeus, o feminino começou por ser perseguido, haja em vista o que acontecia a qualquer mulher minimamente intuitiva e que usasse o seu conhecimento para ajudar pessoas. Conhecimento esse que não podia ser entendido com a razão e por isso também era ameaçador para os padres, detentores do conhecimento e com ele dominavam tudo e todos, incluindo reinados inteiros.
Quando ameaça, a gente tenta destruir.
Denegrindo a imagem, controlando pelo medo, etc. Excesso de ordem e disciplina e zero Eros.
Os movimentos feministas vieram tentar equilibrar e o movimento hippie make love not war foi decididamente um movimento do feminino.
Não foi há muito tempo que as mulheres precisavam de um pseudónimo masculino para poderem escrever em jornais. E publicar livros. E só nos anos 60 as mulheres puderam frequentar cursos de Direito e Medicina. Juntamente com os negros, já que falamos em minorias…
Angela Merkle, para liderar um país e um continente, simbolizá-lo, tal como já havia feito Thatcher, e a própria Rainha de Inglaterra, masculinizou-se. As mulheres Atena perderam até a capacidade de rebolar… (Cont.)