Prolifera por essa internet fora uma vontade de regressar ao passado, no que ao papel dos Homens e Mulheres diz respeito. Apenas um, ao que parece… E, na grande maioria, defendida por homens.
Surpreendentemente, também por algumas mulheres.
Mesmo considerando a hipótese cada vez mais provável de que a inclusão das mulheres no mundo do trabalho (fora de casa, bem entendido) se relacionou com a possibilidade de taxar uma parte da população e, ao mesmo tempo, forçar as famílias a deixar que os seus filhos fossem educados pelo Estado, nos EUA. Ainda que, na Europa, se associe a força de trabalho das mulheres às fábricas, e às enfermarias, durante a Segunda Guerra.
Curiosamente, na Alemanha, as mulheres têm dois anos de licença de maternidade.
E não desfazendo no papel fundamental que as mulheres têm não só na gestação como na educação dos filhos… Mais (Deméter) ou menos cuidadoras (Hera, em relação aos filhos, pelo menos, já que a sua devoção é aos maridos), ainda que todas nós tenhamos instinto materno, mesmo as tendencialmente mais executivas (Atena) ou aventureiras (Artémis).
Há uma questão latente e inegável de dependência e de sobrevivência.
No que se refere ao palco para abusos insustentáveis, à possibilidade de os maridos não cumprirem com os votos que fazem, quando se casam, por não aguentarem não estar no centro da vida das mulheres, tendo muitas e muitas vezes ciúmes até dos filhos, traindo nos primeiros meses, por vezes anos, de vida dos bebés. Sendo que o contrário não se verifica.
Pois o centro da vida deles é o trabalho.
Quando não é, e não são provedores, há uma perda de respeito por parte das mulheres. As mulheres querem e precisam de homens masculinos.
Isto é inegável e masculino não quer dizer machão ou machista.
As mulheres anulam-se pelas relações, os homens usam-nas para seu equilíbrio emocional, abandonando-as muitas e muitas vezes.
Vezes demais, fisicamente, quase sempre, emocionalmente.
Não nego que o mundo laboral nos afaste do feminino, cuidador, sensível, nutridor, emocional, que nos transforme ao ponto de sermos motivadas pela sombra. E que a consequência seja uma quebra na natalidade. Uma desconexão total em relação a nós mesmas e aos homens.
De resto, no plano das ideias é tudo muito bonito.
Mesmo tendo em conta todas as variantes de masculino e feminino, a “ordem natural”, o que é instintivo para homens e mulheres, acontece, lá está, naturalmente.
No entanto, o equilíbrio só funciona se houver algum estoicismo por parte das mulheres e alguma inteligência intuitiva por parte dos homens.
Na prática, só resulta quando há confiança nos homens e respeito pelas mulheres.
E respetivos papéis. Há que notar que ambos são pessoal e individualmente responsáveis para que tal aconteça.
Nomeadamente, pelos votos que fizeram, quando resolveram passar o resto da vida juntos.
Há muita coisa que perdemos quando escolhemos ser um nós em vez de um eu, como em todas as escolhas que fazemos. Mas se há certeza que tenho é que é preciso que compense.
Porque o individual nunca, nunca morre.
E é quando o equilíbrio falha que o que deixámos para trás nos assombra. Ou quando os filhos saem de casa e de repente percebemos que temos uma vida pela frente e não sabemos o que lhe fazer. Ou quando perdemos relevância laboral.
De resto, homens e mulheres são mais fortes juntos do que separados…
E não há nada mais bonito e mais inspirador do que uma união sólida entre um homem e uma mulher.