Jane Austen

03/04/2023

Como já disse bastas vezes, dos Românticos e não só, Jane Austen é a minha preferida. Tem uma sabedoria que vem da comicidade da observação social, no que, aliás, é mestre, e da convivência, como podemos ver em todos os personagens femininos. É brilhante. Apesar de os pais de Jane Austen, inclusivamente o dela, não pressionarem no sentido do casamento, valorizando o conhecimento. Tanto que Jane Austen nunca casou.

Morrendo cedo, aos 41 anos.

As suas heroínas seguiam o coração, mas usavam a cabeça. E Jane Austen ironizava as que apenas seguiam o coração, como a tontinha da irmã de Liz Bennet, que casa com Mr. Wickham. Baseadas certamente nela própria, no caso de Elizabeth Bennet, e outras, tinham também características suas, enfatizando precisamente as que detinha sobre o conhecimento da natureza humana.

Ao contrário do que possa parecer, não se concentravam apenas no casamento como única forma de salvação da mulher, apesar de não ser ignorante quanto ao espírito do tempo, nomeadamente, quando à condição financeira dos candidatos, como garante, não de status, mas de sobrevivência. A propriedade era um conceito fundamental para as mulheres na época. E para os homens também.

Como em Sensibilidade e Bom Senso.

De resto, as heroínas de Jane Austen não só pensavam pela própria cabeça, como tinham personalidade forte, não lhes bastando que um gajo fosse rico para lhes conquistar o coração.

De tal maneira que continuam a exercer uma influência poderosa na cultura popular, Gerações têm sido inspiradas pela auto-expressão, intensidade emocional, liberdade pessoal e preocupação social. Haja em vista, desde os anos 70, a quantidade de adaptações, para séries e filmes, dos livros de Jane Austen, apenas seis, quatro enquanto estava viva: Sensibilidade e Bom Senso (1811),Orgulho e Preconceito (1813), Mansfield Park (1814) e Emma (1815). e Northanger Abbey (publicados ao meso tempo, post-mortem, em 1817), descrevia a vivacidade da classe média inglesa durante o início do século 19.

Lady Susan (Amor e Amizade) e Sandition (inacabado) foram entretanto também publicados.

Esses e outros, vi-os todos, houve uma época em que saíram uma série deles: Ligações Perigosas (1988), Valmont (1989), A idade da Inocência (1993). Estava no paraíso. Tudo o que metesse cottages, casas grandes, em Inglaterra, século 18 e 19, eu vi. Alguns, como os três primeiros, mais do que uma vez. E o gótico Mary Reilly (1996), sobre a  história de Stevenson: The Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde, passado uns bons anos depois, mas ainda na esteira do Romantismo.

Aqui, foi tudo no fim dos Anos 80 e durante os anos 90.

Incluindo a primeira vez que vi Jane Austen, com o verdadeiro Mr. Darcy, Colin Firth, na série Orgulho e Preconceito (1995).

Depois disso, e antes, houve filmes com o mesmo nome. Todos os seus outros livros tiveram diferentes versões no cinema e TV, a mesma obra, tantas e tantas vezes. Também vi o Clube de Leitura de Jane Austen, naturalmente.

.O Romance não morreu.

Dei uma série de Jane Austens a uma miúda de 17 anos, no outro dia. Há esperança.

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