O maior sinal de maturidade que me ocorre é não discutir e dar abébias, sequer abrir a porta, para quem não é intelectualmente e emocionalmente honesto.
Para quem apenas quer discutir, só está bem em guerra e em conflito. Quando vê tudo mal à sua volta.
O meu tema existencial é a conexão.
Não há conexão possível com quem age apenas de acordo com o seu próprio ego, não se permitindo ir mais além, nomeadamente à alma.
Ou com quem se move apenas e só por poder.
Quer ficar por cima, independentemente do que sente pelo outro e do que este sente. De onde vem, no que acredita e o move. Até do contexto, pessoal, familiar, profissional.
Chama-se infantilidade, não maturidade.
Gente para quem vale tudo, menos olhar para dentro e questionar-se. Que, entre o orgulho e tudo o resto, escolhe o orgulho. E nele permanece.
Não passa pelo “deixa lá isso”.
Não, faço questão de honrar o que sinto. De me dar tempo para que sare, de entender de onde vem a mágoa e o que foi pisado, normalmente, o que me é mais sagrado. O que me marcou para o resto da vida. A ferida mal cicatrizada.
Quem escarafuncha feridas emocionais alheias, é mau caráter e roça o psicopata.
Mas por, precisamente, maturar o assunto, resolvê-lo internamente, acalmar o coração, deixar a fúria passar. O que tiver de prevalecer, prevalecerá. Desde que haja de parte a parte capacidade para ouvir.
Caso contrário, é andar para a frente.
Não sem antes verbalizar. Apropriar-me do que senti, como senti e respetivas consequências. De contrário, ainda que erradamente, é um sinal psíquico claro de que a porta para o abuso continua aberta de par em par. E este irá continuar até que digamos: basta.
Muitas vezes vemos apenas o que queremos ver. Por isso não vale a pena explicar o óbvio.
E, sempre que não há espaço para tentar ver o mundo pelos olhos dos outros, ou estes são incapazes de abrir esse flanco e se mostrar, é lamentar e seguir em frente.
Muitas vezes, na grande maioria delas, sequer há interesse.
Mas com esses não perco o meu tempo desde que nasci. Sequer consigo disfarçar. Limito-me a ir à minha vida.
Ainda caio na tentação algumas vezes, muito mais do que gostaria, mas não perdi a esperança. Até porque caio cada vez menos.