Este ensaio pretende ilustrar o caminho arquetípico do masculino, usando como modelo e exemplo um personagem de ficção – criado por Diana Gabaldon e recriado por Ronald D. Moore para TV – chamado James Fraser.
Muito se fala em feminino e com justeza.
Com o fim do patriarcado, é natural que a força feminina surja, para equilibrar. A razão com o sentimento. E que essa força assuste. São séculos e séculos de histórinhas de feminino ameaçando o masculino, desde a mãe e o filho de Freud, passando pelas bruxas e os padres.
Dividir para reinar, uma das formas mais antigas de manipulação. Pôr medo nas pessoas e fingir que as protege, para as controlar.
É natural que haja um levante do masculino
Do patriarcado, que se ente ameaçado como nunca. Trump, Bolsonaro e Boris Johnson são exemplos de uma tentativa desesperada de sustentar o patriarcado, no seu pior, a força física e a intolerância absoluta.
No entanto, não há mais como combater
Acabou o patriarcado. E quanto mais depressa isto for aceite coletiva e individualmente, menos dói.
Não seria clichê repetir que o masculino também precisa de se adaptar. Até então rei e senhor de tudo, e não havendo volta a dar, o masculino vai ter forçosamente de se alinhar. E nada melhor do que arquétipos integrados que ilustrem formas diversas, tantas quantos os arquétipos, de definir um rumo. Sem deixar de ser homem. Muito menos sentir-se ameaçado pelas mulheres.
No fundo, pelo seu feminino psíquico interno.
Tudo é clichê, a verdade é que ninguém resolve. E os homens não pedem orientações…
Assunto que interessa também às mulheres.
Pois talvez James Fraser não seja possível, por ser um homem criado por uma mulher e, portanto, idealizado. É um animus, na verdade, o masculino psíquico em todas as mulheres. E não um homem de verdade, a ser possível a integração de todos os arquétipos. Alguns apenas podemos vivê-los. Se isto não convencer, trata-se de um manual para conhecer o masculino, o seu e o do seu companheiro…
A escolha do personagem é óbvia
Apesar de James Fraser ser manifestamente mais feminino na série do que no livro. Seria inaceitável um personagem masculino como o do livro na TV, no momento atual. Ron Moore foi muito inteligente na adaptação do personagem, que segue credível apesar de não tão macho.
*Nesta foto, declaradamente Rei, arquétipo do político integrado. Sem com isso abalar a honra. (In: Dragonfly in Amber)
(Continua…)