Originário na Europa, o Romantismo foi um movimento intelectual, artístico, literário e musical, que, durante os séculos 18 e 19 (1798 e 1850), veio contrapor as ideias do Iluminismo, que valorizava a razão e a lógica como única forma válida de olhar para o mundo.
Como diria Russeau: ‘O homem nasceu livre e por toda a parte vive acorrentado..’
Na esteira da Revolução Francesa, o Romantismo abraçou os ideais de liberdade, igualdade e promoção da justiça. À industrialização, o Romantismo respondia com a ligação à natureza e a idealização do passado.
Bem como com a necessidade de isolamento, para atingir crescimento emocional ou espiritual.
O Romantismo concentra-se nas emoções, sentimentos, ideais e na singularidade da experiência vivida, cuja fonte era a intensidade da emoção que a acompanha. Emoções como: trepidação, horror e espanto, aquando do confronto com o sublime: a Natureza. Posteriormente, elevou a arte, o folclore, a linguagem, os costumes e tradições locais, pois cada nação tem uma qualidade individual única, cuja expressão pode ser conduzida pelas vias acima descritas.
Os elementos do Romantismo eram o interesse pelo homem comum e pela criança. Exploravam-se as emoções e os sentimentos, sempre fortes, passionais, símbolos e mitos. O indivíduo, a sua impermanência, unicidade, e a importância da imaginação.
O Romantismo era sobre ser verdadeiro consigo mesmo.
Tem, portanto, muito pouco que ver com chocolates, flores, corações e consumismo. Muito menos com os filmes, em particular os da Hallmark, porque vazios e superficiais. Tem, isso sim, que ver com profunda conexão com a alma, o instinto, o visceral, a intuição, o que vai além da razão puramente lógica e o conhecimento baseado apenas no que alguém disse, sabe Deus com que base. Não desvalorizando, naturalmente, o intelecto. Quem estudou e aprofundou conhecimento, além da sua agenda pessoal, crenças e outras observações enviesadas da suposta realidade.
Muito curioso ver, tanto individual como coletivamente, o movimento é sempre no sentido do equilíbrio psíquico. Hoje sabemos que o movimento seguinte não anula, ou deveria anular, o anterior, mas equilibrá-lo. O que, lamentavelmente, não acontece. Nem coletiva nem individualmente.
Séculos depois, insistimos na mesma falácia. A do ego, da polarização, do dividir para reinar.