A politização excessiva e crescente de temas, valores e decisões, individuais conduz a uma polarização social. O que cria divisões e fomenta a mentalidade: vítima e opressor. Esta dicotomia artificial divide a sociedade em opressores e oprimidos e perpetua uma mentalidade de vitimização, já que os “opressores” são, também eles, sempre vítimas de alguma coisa ou de alguém. Quase sempre deles mesmos.
Implicando que todas as relações são de poder.
Assim, a politização excessiva permite aos governos impor perspetivas unilaterais, limitar escolhas e restringir a liberdade individual.
Jung dizia que ao poder se opõe o amor.
Já os cristãos, em vez de se verem e aos outros em relações de poder, propõem que cada um carregue a sua cruz. No sentido em que somos responsáveis pelos nossos desafios psíquicos.
Vejo um paralelismo entre a visão cristã e a visão junguiana da vida e da psique.
Já que Jung propunha a integração de conteúdos sombrios na consciência, em vez da projeção dos mesmos no exterior, incentivando o confronto consigo mesmo e a aceitação da responsabilidade sobre o seu crescimento psicológico. Por seu lado, o cristianismo enfatiza o princípio de “carregar a própria cruz”, a responsabilidade individual pelos desafios da vida, reconhecendo que o crescimento pessoal só acontece na adversidade.
Tanto a perspetiva junguiana quanto a cristã oferecem uma alternativa a esta cultura da vitimização.
Já que uma sociedade que promove a cultura da vitimização fomenta a externalização da culpa e da responsabilidade, levando à projeção de sombras pessoais nos outros. O que perpetua o ressentimento e a divisão e impede o crescimento individual. Por outro lado, as visões junguiana e cristã promovem a autoconsciência, a responsabilidade e a integração. O que liberta os indivíduos do ciclo de culpa e vitimização, tornando-os capazes de viver vidas mais plenas.
Tornar indivíduos capazes fortalece a sociedade.
Assim, ao abraçar esta visão, os indivíduos podem libertar-se dos constrangimentos do conflito externo e cultivar o crescimento psicológico, deixar para trás a cultura da vitimização e cultivar uma sociedade mais estoica e unida, onde o crescimento individual e a harmonia social possam prosperar.