Não é que não entre em discussões, entro, quando me sinto abusada, quando estou para aí virada, quando me ofendem, me insultam a inteligência, a honra e a identidade. Quando não estou boa da cabeça o suficiente para perceber que, independentemente de tudo resto, o que o outro está a fazer é a projetar em mim alguma coisa, é a falar com ele mesmo, para si mesmo, é a negar algo seu, agredindo-me, na esperança que a sensação ruim que lhe vem de dentro desapareça como que por magia, como se fosse assim tão fácil…
O que me apavora não é a discussão, o limar arestas, o estabelecer limites. O que me apavora é a agressão e a escalada de violência que podem ocorrer se nenhum dos intervenientes tiver o discernimento de se calar. O que me faz tremer de raiva, ódio e medo é a possibilidade de chegar a um ponto de não retorno, que é o que acontece quando a nossa cabeça dá um clic e entra numa espiral de loucura, que leva ao insulto e à agressão, quando mais não seja, verbal. O que me apavora é perder o controlo ao ponto de precisar de chegar até aí, somos europeus, mantemos uma relação civilizada tanto quanto pudermos, e bem que isso nos trama, às vezes, muitas vezes…
O que me deixa em pânico é a perda de respeito total e absoluta por mim, pelo outro e pelo que temos, construímos e preservamos, por ser precisamente um ponto de não retorno. Salto fora antes, sei que não sobrevivo a, não quero, uma relação que precisa de chegar ao insulto e à agressão para se definir. Porque uma coisa é sabermos e termos consciência do monstro que habita em cada um de nós, outra é usá-lo para nos destruir, e ao outro, que também faz parte de nós e cuja parte nossa que meio que lhe corresponde morre juntamente com o fim da relação. E eu preciso de todas as partes de mim vivas, bem vivas…
O que me deixa em pânico é a perda de respeito total e absoluta por mim, pelo outro e pelo que temos, construímos e preservamos, por ser precisamente um ponto de não retorno. Salto fora antes, sei que não sobrevivo a, não quero, uma relação que precisa de chegar ao insulto e à agressão para se definir. Porque uma coisa é sabermos e termos consciência do monstro que habita em cada um de nós, outra é usá-lo para nos destruir, e ao outro, que também faz parte de nós e cuja parte nossa que meio que lhe corresponde morre juntamente com o fim da relação. E eu preciso de todas as partes de mim vivas, bem vivas…
Ora aqui está o que eu chamo de post excelente. E não sou pessoa de elogiar só porque sim. Muito bom!
espero que não… :) mas que nao se furte a eles, aos elogios, assim na vida em geral :)
Muito bem. Por isso não entro em discussões. Tenho sempre medo que me faltem ao respeito, ou vice-versa (se bem que com a minha esmerada educação da Suiça, me pareça difícil). De perder o respeito. Por um lado tb pode ser uma cobardia. Será?
não julgaria dessa forma, até pq a maior cobardia é não nos enfrentarmos a nós mesmos, os outros são meros instrumentos para nos alertar para isso, como que dizendo: tá na hora. e está provado que agressividade nos métodos de ensino nao contribui para um melhor aprendizado, mas apenas para o temor e a insegurança pessoais…
A menina escreve tão bem que até me baralha. És capaz de ter razão, sim senhora. Tudo coisas muito complexas. Estas, só tu mesmo para explicar. :)
:D <3
"(…) o que o outro está a fazer é a projetar em mim alguma coisa, é a falar com ele mesmo, para si mesmo, é a negar algo seu, agredindo-me, na esperança que a sensação ruim que lhe vem de dentro desapareça como que por magia, como se fosse assim tão fácil…"
Esta frase é bem capaz de ter salvo o meu dia, e uns tantos mais que se seguem.
:)
…. Custa-me tanto aceitar esta merda……
não vou perguntar que merda… mas tu tens todo o direito de te defender, de te proteger, de não querer + de nao merecer uma agressão, mt menos se ela se repete e reflete que postura o outro resolveu assumir na vida…
Custa-me aceitar esta espécie de "parede" que temos de construir quando o outro nos agride pelas razões que tão bem foram descritas naquele parágrafo. Esta postura, esta maturidade que é preciso ter para fazer ricochete perante as investidas cuidadosa e milimetricamente pensadas para nos atingir o mais que puderem. Uma coisa é certa, cada um dá o que tem. E quem carrega consigo raiva,
não, não temos de construir parede nenhuma, às vezes temos cabeça (e mta, mta maturidade e auto-conhecimento) pra entender o que o outro está a fazer, o que nao invalida que o travemos, outras vezes nao. qdo estamos emocionalmente envolvidos é + difícil, nesses casos, a distância liberta…
mas esta tua frase: "investidas cuidadosa e milimetricamente pensadas para nos atingir o
eu não me sei proteger.
temos de aprender, minha querida :)
com esta idade???? impossível :))
:D a psique tem razões que a pp razão desconhece, olha, vale a pena, mas enfim, é só quando der, pla parte que me toca estou a tentar, o esforço é hercúleo, mas nós somos fortes e espadaúdas :D
bamos a isso, então. :)
Rapaziada, ide procurar o que fazer, ide. comentar em sites de notícias, que isto aqui não é vomitório público.