Não é de hoje, mas de sempre, a minha obsessão pelo Reino Unido, em todas as formas de arte que adoro e que falam a minha língua: literatura, cinema e música; mas também pela Realeza. Bem como pelos países que o compõem.
QB, a minha obsessão pela realeza britânica, não quero saber das fofocas, mas das histórias, tem um nobre propósito: Inconsciente coletivo.
Integração de um arquétipo materializado no símbolo (a Rainha).
De vários na verdade: Grande Mãe, hierarquia Apolínea. Tema arquetípico do masculino, a relação com o pai.
A materializarem-se, saindo da imaginação própria.
As irmãs que não são más, mas são diferentes. Mais malucas, ou seja, mais extrovertida e vivaças, nasceram para serem livres: Margareth, de Elizabeth. E, desta vez um homem, David, Rei Eduardo VIII, abdicou, irmão mais velho do Rei Jorge, Bertie, pai de Elizabeth.
E os símbolos visíveis nas imagens: coches de ouro, como no Walt Disney, os mantos vermelhos, coroas e cetros; fardas e cavalos. Quantas vezes já vimos um príncipe de vermelho com uma faixa azul, e uma princesa de branco? Em livros ou ecrãs? Em desenhos animados.
Imagens essas que, sendo as mesmas para toda a gente, representam fantasias e conteúdos individuais.
Todas símbolos do inconsciente coletivo, que vimos nas histórias infantis, quando mantínhamos contacto com o mesmo, mas sem ego para processar na consciência.
A Rainha, um arquétipo (Grande Mãe), e um símbolo, a realeza, como nenhum outro.
Como nenhum outro símbolo, a Rainha uniu nas diferenças, mantendo os países a sua independência.
Gosto desta ideia, de um símbolo que une nas identidades individuais.
Na missa de ação de graças, quatro guardas protegiam o caixão. Já não corria risco de vida, mas a Rainha estava cercada por todos os lados. O mesmo durante o cortejo para a Catedral. O carro rodeado de guardas.
Na Escócia, chamada Elizabeth Queen of Scots pelos escoceses. Acarinhada por estes.
Objetivamente, é uma velhinha simpática.
Simbolica, emocional e psiquicamente, é a avó do mundo. A grande mãe. Este é o peso e a dimensão que pessoas e acontecimentos podem ter.
E que nos dominam por completo.
Serve para tudo. O que vemos muito mais do que o que é. E o que vemos, apesar de coletivo, neste caso, também é particular, independentemente de onde sejamos.
Dependendo da parte em que toca e como, em toda a dimensão do arquétipo. E isso é pessoal. Guiado pela história de cada um, via inconsciente pessoal, familiar, do país, continente e até do hemisfério.
Por isso a morte da Rainha moveu e comoveu tanta gente. Uma sensação de união como nenhuma outra figura reúne, no mundo inteiro.
É a oportunidade de contactar com o inconsciente coletivo, em consciência, como nenhuma outra.
“A Queen never complains never explains”