
Pois bem, chega uma hora em já chega. Chega uma hora em que há que soltar o negócinho da granada e deixar explodir, que se lixe a ressaca moral, teremos tempo para nos perdoarmos, para pedirmos perdão, se for o caso, o que não dá, mesmo, é para viver assim, a pisar ovos, a pouparmo-nos a tudo, a aturarmos tudo, uma vida inteira.
Normalmente, não resolvemos com quem de direito e vimos pra net usar os assuntos do mundo para expiar a raiva e a frustração criadas por alguém de quem gostamos, e pela nossa incapacidade de lhe responder à altura. Ou por nos correr mal a vidinha e não olharmos para o nosso tanque, cheio de roupa a acumular, preferindo mandar bitaites na forma como o outro deveria lavar a roupa dele.
Pois está na hora de direcionar a raiva a quem a provoca. E mandar à merda, se for o caso. Aliás, mandar à merda devia ser direito constitucional. Acho que é nesse momento que nos reconhecemos falíveis, nem bons nem maus, melhores nem piores, mas iguais a todos os outros.
É isso, somos falíveis, somos monstros e anjos, bons e maus, loucos e sãos, e para que um dos extremos não nos leve pra cadeia, ou o outro para um sanatório, o melhor é ir soltando aos poucos, antes que a nossa cabeça vire uma bomba atómica e exploda. Bardamerda, que se exploda outro que não eu. A verdade é esta, ninguém, ninguém é importante o suficiente, indispensável o suficiente, para se poder dar ao luxo de acabar connosco, ou ninguém, ninguém merece que nos destruamos em prol de outrem, nem mesmo de um trabalho. E se há alguém assim na nossa vida, pois está na hora de o mandar embora, garanto, não fará falta nenhuma.
*Título roubado aos Clash
Abençoada!
eh pá, cansei, cansei muito.