Não se contem, sente-se. Não se escolhe, acontece. Mais forte do que um tufão, mais leve do que uma pena. É aquela parada, aquele silêncio súbito, aquele olhar fixo, preso no do outro, à espera de se soltar. É arroz com feijão, química explosiva, prazer sem culpa. Tesão é vida.
É inquestionável, indubitável, insofismável.
Porque havemos de questionar a emoção da tesão se passamos batido pelo prazer do palato? Porque havemos de resistir ao prazer emocional se usamos e abusamos do prazer que nos nutre o estômago e nos mata a sede?
A cabeça atrapalha, mas só um pouquinho. O resto do mundo pára.
Tesão é tesão
Não tem explicação. Mais forte do que a razão, taco a taco com o coração, clara como água e intensa como fogo, que arde e se vê. É paixão que se vive e se sente. É impulso incontrolável, desejo a chispar nos olhos. Pernas a tremer e barriga a pulsar.
“É a pressa de chegar pra não chegar tarde”
É a compulsão pelo prazer e a retração do êxtase. É antecipação e consumação. Antes, durante e depois. Tudo ou tudo. Não tem tempo, espaço nem hora marcada. Para começar nem para acabar. Só vontade, e enquanto houver vontade…
Tesão é instinto, sobrevivência, função. É êxtase e delírio. É poder e redenção, submissão e rendição. É imprevisível e espontânea, conexão e fusão. Sensação e pulsação.