Para Jung, a alma não é uma figura de estilo, é uma realidade psicológica, um órgão da psique que vive no nosso inconsciente, mas que afeta profundamente as nossas vidas. A nossa alma é a parte do inconsciente que está fora do ego, da vista, mas que medeia o inconsciente em relação ao ego. É recetor e transmissor. É o órgão que recebe as imagens do inconsciente e as transmite para o ego consciente.
A alma manifesta-se a si mesma, e ao inconsciente, através de símbolos:
As imagens que circulam no inconsciente na forma de sonhos, visões, fantasias e todas as formas de imaginação. Perdemos o nosso senso de alma porque perdemos o respeito pelos símbolos.
A mente moderna está treinada para achar que os símbolos são ilusão.
Dizemos: “é só produto da imaginação”, não percebendo que todas as partes que nos faltam e pelas quais ansiamos há tanto tempo, a estrada perdida para o paraíso, vêm constantemente ao nosso encontro através da linguagem esquecida da alma: os símbolos e imagens que emanam dos sonhos e da imaginação.
Para os homens, o símbolo da alma é a imagem da mulher.
Se um homem tem consciência disso e sabe quando está a usar a imagem da mulher como símbolo da sua própria alma, pode aprender a relacionar-se com essa imagem e a viver a sua alma internamente. Quando perceber que essa imagem lhe pertence, deu o primeiro passo na direção da consciência no amor romântico.
*Robert A. Johnson, in: We (tradução minha)