Motivações Psicológicas

21/06/2024

Para entender as motivações psicológicas para a obsessão por controlo, na Psicologia Analítica de Carl Jung, o desejo de controlo está profundamente enraizado na psique humana. E é motivado por arquétipos inconscientes, padrões primordiais que influenciam o nosso comportamento. Um arquétipo central é a Sombra, que representa os aspetos negados e reprimidos do nosso eu. Na falta de integração da sombra, pode projetar-se nos outros, criando uma perceção de ameaça. Para nos protegermos, ansiamos por controlo para dominar e subjugar a ameaça percebida.

Ao integrar a nossa Sombra e compreender as nossas motivações psicológicas inconscientes, podemos libertar-nos do desejo de controlo e abraçar o poder autêntico do amor. Quando aceitamos e amamos todas as partes de nós mesmos, deixamos de projetar as nossas inseguranças nos outros e podemos estabelecer relacionamentos mais saudáveis e gratificantes.

Por seu lado, Jung defendia que esse desejo decorre da necessidade de segurança e domínio sobre o ambiente à nossa volta. Pois, quando nos sentimos ameaçados ou inseguros, procuramos controlar como forma de nos protegermos.

Uma compensação pela nossa insegurança e medo interiores.

Assim, este impulso pode manifestar-se de várias formas, do desejo de controlar os outros à necessidade de controlar as nossas próprias emoções. Jung via esse desejo como uma compensação por uma sensação subjacente de impotência ou vulnerabilidade.

Além disso, Jung postulou que o poder e o amor são forças opostas.

“Onde há amor, não é preciso poder. Onde há poder, o amor falha.” Pois o amor é uma força de ligação e união, enquanto o poder é uma força de dominação e controlo. Quando procuramos controlo, sufocamos o amor e a ligação genuína. O verdadeiro poder reside na autoaceitação e na capacidade de amar incondicionalmente.

Quando procuramos poder, estamos a tentar preencher um vazio interior ou a compensar uma sensação de inadequação. No entanto, o verdadeiro poder não vem do controlo sobre os outros, mas do autoconhecimento e da aceitação.

Em última análise, o desejo de controlo é um sintoma de uma necessidade psicológica mais profunda de segurança e auto-realização. Ao compreender as motivações subjacentes a esse desejo, podemos desenvolver estratégias mais saudáveis e encontrar formas mais autênticas de nos ligarmos a nós próprios e aos outros.

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