Voluntariado

07/04/2023

Aqui há umas semanas, comecei a fazer voluntariado numa associação, ajudando crianças e adolescentes nos trabalhos de casa e a estudar para os testes.

Se puder contribuir para que as vidas deles melhorem um bocadinho, já fico feliz.

Entretanto, lembrei-me de uma cena do livro: Comer, rezar e amar, que, no filme, foi completamente adulterada. É a cena em que, depois de angariar uns milhares de dólares para ajudar a amiga curandeira a construir uma casa para si e para a filha, a amiga curandeira foge com o dinheiro, deixando a protagonista desgostosa.

Felipe relembra-a que façamos o que fizermos, a responsabilidade última pela vida de cada um, é de cada um. E que aquilo não foi uma afronta pessoal, uma falha individual, mas o resultado das escolhas de outro indivíduo, completamente diferente de nós. Com outra vida, outros valores, outras prioridades, outras intenções.

Também me lembrei de uma senhora, religiosa fervorosa, que me roubou roupa e uma moldura com fotos que não recuperarei, como “pagamento” de uma roupa que tinha mandado lavar… Com a maior das naturalidades e desfaçatez.

Talvez vá parar ao Inferno…

Felizmente, não lia, ou os Dostoiévsky* do meu pai estariam perdidos para sempre…

E cada vez mais me convenço de que o problema da maioria das pessoas não é cognitivo nem intelectual, mas emocional. Crenças profundas e enraizadas sobre o nosso valor que determinam o “sucesso” ou insucesso individuais.

No outro dia, ouvia o Matthew McConaughey dizer que a definição de sucesso tinha mudado no Webster. Antes valorizava-se a ética, a honestidade, o mérito. Agora, a fama e o dinheiro.

Fica difícil manter o passo…

*O nome escreve-se de maneira diferente em inglês e em português, o que é curioso…

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