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Livre

Viver

12/04/2023

No outro, dia mandei esta imagem, com a legenda: “I most certainly did”, a uns amigos. Depois, fiquei a pensar se não seria o caso de viver essas outras vidas, mas não a minha.

Um disparate, naturalmente.

Primeiro, porque também vivo a minha, depois, porque vai muito além disso.

O que conta é a experiência, claro. No entanto, para o cérebro, não existe diferença entre viver de facto uma experiência e vivê-la na nossa imaginação.

As experiências que não poderemos ter, por serem crime, por exemplo.

A Neurociência já postulou que, para o cérebro, as emoções que a experiência vivida na nossa imaginação despertam são tão reais quanto as que vivenciamos numa experiência factual, real. Basta pensar como reage o nosso coração quando vemos, por exemplo, um filme de suspense.

Na vida, vivemos com limitações de toda a ordem. Na imaginação não.

De resto, há inúmeras vantagens psíquicas no uso da imaginação. Os melhores exemplos que conheço são Tarantino e Stephen King. Qualquer um deles estaria preso para o resto da vida se pusesse em prática o que vive na imaginação, na criação.

Contudo, ao vivê-lo na criação, na imaginação, retiram o conteúdo psíquico da sombra, integrando-o na consciência. O que dá origem a um alívio psíquico extraordinário. E à resolução de complexos, cujo conteúdo foi liberto do inconsciente, não mais a ameaçando, com a sua autonomia psíquica, característica de todos os complexos.

Por outro lado, na imaginação, pela via dos símbolos e do que despertam, vivemos também o sublime, a plenitude, o divino, a conexão total com a nossa alma, o numinoso. Como quando somos tocados por uma música, uma visão da natureza, um objeto, um filme, um personagem.

No outro dia, bastou-me entrar no Hotclube, ver um piano, a luz sobre o palco, o ambiente intimista, para me invadir a paz que normalmente acontece quando estamos verdadeiramente plenos.

Nem sempre é um mar de rosas. A mais recente biografia de Hermann Hesse: The Wanderer and his Shadow, tem sido ao mesmo tempo difícil e voraz. As semelhanças, às vezes nos mínimos detalhes, chegam a ser assustadoras. Estamos certamente na presença de um arquétipo.

E não há nada mais real do que isto: identificação existencial.

Ainda que ele, talvez por ser homem, seja mais radical do que eu, a única diferença é que Hermann Hesse já havia escrito cinco livros aos 23 anos. Coisa pouca.

Vivemos milhares de histórias, inclusive a nossa.

Se não podes vivê-los, lê-os.

To Live

12/04/2023

One of these days, I sent this image, with the caption: “I most certainly did”, to some friends. Then, I wondered whether to live other people’s [fictional] lives means I was not living mine.

Nonsense, obviously.

Firstly, because I also live my own life; then, because it goes way beyond the literal reading of the quote.

Experience is all that matters, of course. However, for the brain, there’s no difference between living a de facto experience and living it in our imagination.

Experiences we cannot live, for being criminal, for instance.

Neurosciences already said that, for the brain, the emotions arising from the experience we are imagining are as real as the ones we experience de facto. One just have to think about how our heart reacts when we watch a suspense movie, for instance.

In life, we are constrained all the time. Not in our imagination, though.

Also, there are numerous psychic advantages in the use of imagination. The best examples I can remember are Tarantino and Stephen King. Any of them would be in jail for life, if they attempted to do what they create in real life.

Notwithstanding, by living it during the creative process, in their imagination, such psychic content is removed from the shadow and integrated in the consciousness, the ego accepts the existence of the possibility. Which relieves the psyche. It also solves complexes, which content was released from the unconscious, no longer threatening the ego with its psychic autonomy, as all complexes do.

On the other hand, in our imagination, via symbols and what they awake in us, we also live the sublime, feeling whole, touched by the divine, in total connection with our soul, living the numinous. As it happens when we are touched by a song, a vision of nature, an object, a movie, a character, a book.

The other day, all I needed was to get in Hotclube, see a piano, the light over the stage, the cosiness of the room, to feel completely at peace, which normally happens when we feel truly whole.

It’s not always a bed of roses. The most recent Biography of Hermann Hesse: The Wanderer and his Shadow, has been hard to grasp and a voracious reading, at the same time. Similarities, sometimes in small details, are so much and so accurate it is scary. We’re definitely in the presence of an archetype.

And there’s nothing more real than this: existential identification.

Even if Hesse, maybe because he was a man, was more radical than me, the sole difference is that Hermann Hesse had already written five books by the age of 23. Peanuts…

We live a million stories, including ours.

If you can’t live it, read it.

Spring

08/04/2023

Spring is here.

Walked alongside the shore, barefoot last Wednesday, for the first time since last fall. People are lying in the sun, on their bathing suits and kids are taking a swim in the ocean.

Daily walks will include a tan, from now on.

Flowers bursting overnight and amazing temperatures: 24th on the coast, 20 minutes from Lisbon.

I smell the flowers to bloom before they burst, that’s when I know Spring is coming. And now it definitely arrived.

Already seen the little daisies on the grass, one of the first Spring announcements, and wild flowers all along the roads.

Persephone is back and Demeter is happy.

Be very welcome, dear and refreshing Spring.

Voluntariado

07/04/2023

Aqui há umas semanas, comecei a fazer voluntariado numa associação, ajudando crianças e adolescentes nos trabalhos de casa e a estudar para os testes.

Se puder contribuir para que as vidas deles melhorem um bocadinho, já fico feliz.

Entretanto, lembrei-me de uma cena do livro: Comer, rezar e amar, que, no filme, foi completamente adulterada. É a cena em que, depois de angariar uns milhares de dólares para ajudar a amiga curandeira a construir uma casa para si e para a filha, a amiga curandeira foge com o dinheiro, deixando a protagonista desgostosa.

Felipe relembra-a que façamos o que fizermos, a responsabilidade última pela vida de cada um, é de cada um. E que aquilo não foi uma afronta pessoal, uma falha individual, mas o resultado das escolhas de outro indivíduo, completamente diferente de nós. Com outra vida, outros valores, outras prioridades, outras intenções.

Também me lembrei de uma senhora, religiosa fervorosa, que me roubou roupa e uma moldura com fotos que não recuperarei, como “pagamento” de uma roupa que tinha mandado lavar… Com a maior das naturalidades e desfaçatez.

Talvez vá parar ao Inferno…

Felizmente, não lia, ou os Dostoiévsky* do meu pai estariam perdidos para sempre…

E cada vez mais me convenço de que o problema da maioria das pessoas não é cognitivo nem intelectual, mas emocional. Crenças profundas e enraizadas sobre o nosso valor que determinam o “sucesso” ou insucesso individuais.

No outro dia, ouvia o Matthew McConaughey dizer que a definição de sucesso tinha mudado no Webster. Antes valorizava-se a ética, a honestidade, o mérito. Agora, a fama e o dinheiro.

Fica difícil manter o passo…

*O nome escreve-se de maneira diferente em inglês e em português, o que é curioso…

Book Depository

06/04/2023

It is with great sadness that I read about the Book Depository closing announcement. For years, 90% of my books have been coming from them.

Like the four books I am reading at the moment. 

Bought loads to my friends as well. And, the Customer Support is the best I’ve ever seen.

It is also the end of good surprises over post.

Hope people still write postcards, as for letters, only with bills attached, these days.

Just placed my last order, a book I didn’t even know about. Just because…

And went back to order two of Nietzsche’s books: Beyond Good and Evil and The Will to Power, at very low prices, as all public domain books should be. Bookshops are full of classics because they don’t have to pay copyrights to the authors.

Whilst new authors struggle to publish.  

I wish Book Depository comes back.

For they’ll be missed.

#Books #BookDepository

Os Românticos

05/04/2023

Os Românticos não estavam todos de acordo, mas certas ideias dominavam as suas obras. Pensavam genuinamente ser profetas.

Pessoas que podiam interpretar a realidade.

Davam ênfase ao poder curativo da imaginação, por acreditarem verdadeiramente que poderia permitir às pessoas transcender os seus problemas e circunstâncias.

Os talentos criativos iluminam e transformam o mundo numa versão mais coerente, para regenerar, espiritualmente, a Humanidade.

Na pintura como na literatura, poesia e prosa, os Românticos exploravam estados emocionais e psicológicos, bem como os seus diversos humores. Celebravam a imaginação, a originalidade, a inspiração, a liberdade e os direitos individuais. A criatividade e a subjetividade artística, pela via da experiência humana. Em vez da mentalidade coletiva. Viam a imaginação individual e a espontaneidade como meio de experienciar o divino em si mesmo, o transcendental.

Emoção, experiência e sentimento.

A unicidade e a imprevisibilidade de cada vida humana, vivendo as suas vidas baseados na experiência emocional. Eram rebeldes, a natureza reflete o coração e o espírito humanos, como meio de nos ligar à alma.

Libertos do fardo ditatorial da academia, davam primazia à consciência em vez da conformidade às normas sociais.

O Homem como parte da natureza, não dissociado da mesma, ao mesmo tempo que a reverenciava, mostrando o seu poder e imprevisibilidade, maravilhamento e temor, num apelo à renovação espiritual. Honrando emoções humanas universais, como o amor, a perda, o triunfo, o falhanço. Tanto assim era que pessoas comuns eram consideradas dignas de respeito e até celebração. O que importava era o mundo interno do autor ou narrador, a celebração da  natureza, da beleza.

E qual era o meio preferido? Isso mesmo, cartas.

Davam acesso, aos leitores, aos desejos e pensamentos dos personagens, com particular relevo às pequenas coisas que os faziam reagir de forma intempestiva. O foco excessivo no pensamento e experiências subjetivos abriram portas para a perceção crescente da espiritualidade e, por vezes, do sobrenatural.

O isolamento, acompanhado da fiel melancolia, desempenhou um papel chave na experiência dos personagens românticos e, muitas vezes, dos seus autores. A solidão e o afastamento do resto da humanidade dão ao personagem uma forma de expressar a sua unicidade, experiências e pensamentos.

Celebravam o isolamento, pois, apenas quando o indivíduo está sozinho e, idealmente rodeado pela natureza, pode ser verdadeiramente livre. O barulho e a confusão das cidades deixavam a alma a morrer à fome. Apenas na quietude e na solitude o ser humano poderia encontrar verdadeiro significado, valor e a sua voz.

Com frequência, viam, a natureza como professora, uma entidade viva, que respira. Um deus ou deusa, ou uma combinação de todos os anteriores. William Blake celebra a natureza como majestosa fonte de inspiração e espanto, em “Auguries of Innocence,” um dos meus poemas preferidos:

To see a world in a grain of sand,
And heaven in a wild flower,
Hold infinity in the palm of your hand,
And eternity in an hour.

Na poesia, Walt Whitman, e o seu verso livre, rompeu com a tradição poética, já que ele se baseava, primeiro, no ritmo e no tom de uma conversa normal, em vez de no uso da rima, da métrica e de outras regras poéticas tradicionais.

Esta era, aliás, uma característica dos Românticos, levar a arte, onde incluo, naturalmente, a literatura e a música, a todas as pessoas, em vez de apenas a uma elite.

Na vertente gótica da Literatura, havia elementos de medo, horror, morte e melancolia. Exploravam emoções muito fortes, como o suspense. Frankenstein, de Mary Shelly, é o exemplo mais conhecido. Mas Jane Austen também explorou esta vertente, ainda que de forma irónica, bem ao seu estilo, em Northanger Abbey.

Os Românticos, inspirados por um desejo de liberdade, denunciavam a exploração dos pobres. Enfatizam a importância do indivíduo, a convicção de que as pessoas deveriam seguir os seus ideais em vez de se subjugarem às convenções e regras.

Apesar disso, os românticos advogavam também um compromisso para com a Humanidade.

Renunciaram ao racionalismo e à ordem associados ao Iluminismo, que lhes precedeu. Focavam-se em emoções e sonhos, por oposição ao racionalismo.

Keats, por exemplo, pensava em termos de uma oposição entre a imaginação e o intelecto. Keats sugeriu que é impossível encontrar respostas para as questões eternas que todos temos em relação à existência humana. Ao invés, os nossos sentimentos e imaginação permitem-nos reconhecer a Beleza. E é a Beleza que nos ajuda nos momentos mais sombrios.

A vida envolve um delicado equilíbrio entre tempos de prazer e de dor.

Tinham elevado sentido de responsabilidade para com os seus compatriotas, sentiam que era seu dever usar a sua poesia para informar e inspirar outros e mudar a sociedade. Alguns escritores sentiam intuitivamente que foram ‘escolhidos’, para guiar outros pelo tempestuoso período de mudança.

Os Românticos queriam uma vida de coração, alma, e espírito. E não uma vida de mente. A quebra das tradições e a celebração do indivíduo.

A subjetividade sobre a razão, a rebeldia sobre as tradições.

Acreditavam que o poder da tradição, dos códigos morais, da lei estabelecida, esmagava com frequência a consciência individual, tornando a Humanidade em carneiros obedientes, vergando-lhes os corações, mentes, e vontades, ao poder dos costumes e à autoridade. Também refletiam sobre a fugacidade da vida humana e a maravilha da alma e espírito humanos; sobre questões profundas sobre a vida, a morte, e o cosmos.

O poder da natureza para acalmar e elevar o espírito humano.

O passado é a chave para o presente e o conhecimento, comprovado, vinha da intuição. Rejeitavam a industrialização, a religião organizada (ainda que completamente voltados para o divino, inclusive com o ressurgimento da mitologia clássica grega), o racionalismo, as convenções sociais.

Idealizavam a mulher, as crianças e a vida no campo.

Os poetas deste período davam grande relevância ao inconsciente, às ligações entre as forças subtis da natureza e da psique, aos sonhos e devaneios, ao sobrenatural e à forma como as crianças e os primitivos viam o mundo. Atribuíam um valor ainda maior aos primitivos, pois a sua clareza e intensidade ainda não haviam sido subjugados às restrições da civilizada “razão”. Ou à corrupção. Numa visão da humanidade que seria fiel ao destino individual e aos potenciais não realizados da Humanidade como um todo.

São muitos os autores referência deste movimento: Victor Hugo, Stendhal, Baudelaire, Keats, Blake, Sir Walter Scot, Whitman, Lord Byron, Goethe, Alen Poe, Rilke… No entanto, a grande surpresa são para as mulheres, que, pela primeira vez, se destacaram na literatura. Ainda que, no caso particular das Bronte, Anne, Charlotte e Emily, tivessem de recorrer a pseudónimos masculinos para poderem publicar. Mary Shelley, Mary Wollstonecraft, Elizabeth Barrett Browning, Emily Dickinson, Ann Radcliffe …

E, claro, a grande Jane Austen.

Mozart, Haydn, e Beethoven são os três compositores Românticos.

Textos relacionados: O Romantismo e Jane Austen.

NB: Estes textos foram escritos com base em artigos publicados na internet e traduzidos por mim.

Jane Austen

03/04/2023

Como já disse bastas vezes, dos Românticos e não só, Jane Austen é a minha preferida. Tem uma sabedoria que vem da comicidade da observação social, no que, aliás, é mestre, e da convivência, como podemos ver em todos os personagens femininos. É brilhante. Apesar de os pais de Jane Austen, inclusivamente o dela, não pressionarem no sentido do casamento, valorizando o conhecimento. Tanto que Jane Austen nunca casou.

Morrendo cedo, aos 41 anos.

As suas heroínas seguiam o coração, mas usavam a cabeça. E Jane Austen ironizava as que apenas seguiam o coração, como a tontinha da irmã de Liz Bennet, que casa com Mr. Wickham. Baseadas certamente nela própria, no caso de Elizabeth Bennet, e outras, tinham também características suas, enfatizando precisamente as que detinha sobre o conhecimento da natureza humana.

Ao contrário do que possa parecer, não se concentravam apenas no casamento como única forma de salvação da mulher, apesar de não ser ignorante quanto ao espírito do tempo, nomeadamente, quando à condição financeira dos candidatos, como garante, não de status, mas de sobrevivência. A propriedade era um conceito fundamental para as mulheres na época. E para os homens também.

Como em Sensibilidade e Bom Senso.

De resto, as heroínas de Jane Austen não só pensavam pela própria cabeça, como tinham personalidade forte, não lhes bastando que um gajo fosse rico para lhes conquistar o coração.

De tal maneira que continuam a exercer uma influência poderosa na cultura popular, Gerações têm sido inspiradas pela auto-expressão, intensidade emocional, liberdade pessoal e preocupação social. Haja em vista, desde os anos 70, a quantidade de adaptações, para séries e filmes, dos livros de Jane Austen, apenas seis, quatro enquanto estava viva: Sensibilidade e Bom Senso (1811),Orgulho e Preconceito (1813), Mansfield Park (1814) e Emma (1815). e Northanger Abbey (publicados ao meso tempo, post-mortem, em 1817), descrevia a vivacidade da classe média inglesa durante o início do século 19.

Lady Susan (Amor e Amizade) e Sandition (inacabado) foram entretanto também publicados.

Esses e outros, vi-os todos, houve uma época em que saíram uma série deles: Ligações Perigosas (1988), Valmont (1989), A idade da Inocência (1993). Estava no paraíso. Tudo o que metesse cottages, casas grandes, em Inglaterra, século 18 e 19, eu vi. Alguns, como os três primeiros, mais do que uma vez. E o gótico Mary Reilly (1996), sobre a  história de Stevenson: The Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde, passado uns bons anos depois, mas ainda na esteira do Romantismo.

Aqui, foi tudo no fim dos Anos 80 e durante os anos 90.

Incluindo a primeira vez que vi Jane Austen, com o verdadeiro Mr. Darcy, Colin Firth, na série Orgulho e Preconceito (1995).

Depois disso, e antes, houve filmes com o mesmo nome. Todos os seus outros livros tiveram diferentes versões no cinema e TV, a mesma obra, tantas e tantas vezes. Também vi o Clube de Leitura de Jane Austen, naturalmente.

.O Romance não morreu.

Dei uma série de Jane Austens a uma miúda de 17 anos, no outro dia. Há esperança.

Emily

30/03/2023

Não sei se Emily é o retrato fiel da vida de uma das irmãs Bronte, magistralmente interpretada pela brilhante Emma Mackey. Mas, se for, compreende-se bem o dark side das histórias das manas Bronte.

A vida delas era só desgraças.

Os dois grandes amores de Emily, que já não tinha uma existência fácil por ser diferente, a estranha, morrem muito jovens.

O único amor com quem poderia ter uma relação, e teve, morreu sem que ela o soubesse, da sua boca.

Ele, como de resto é costume entre o masculino, acobardou-se e fugiu, não respondeu, enfim, nada de novo, desde o século 19, pelo menos…

O outro, o irmão, era o único dos Bronte que escrevia mal.

E choca-me sempre imenso a morte tão prematura de Emily. No filme dizem 30, já ouvi 29 anos…

Seja como for, é um excelente filme.

O meu Rumble

26/03/2023

Neste momento, o meu Rumble só tem vídeos de outros autores. Para divulgação, por gente que se dedicou mais cedo ao tema. Tão breve quanto possível, terá vídeos meus. 15 Minutes BS

Estamos todos cansados da censura do Youtube e do Zuckerberg.

Se gostarem e quiserem, sigam, subscrevam, partilhem, ponham likes. Isso ajuda o Rumble a pôr os vídeos como sugestão.

Spread the word.

Considere apoiar também com doações, na coluna do lado há link direto para tal.

Muito obrigada.

#15minutescities

O medo e a culpa

25/03/2023

A forma mais fácil de identificar um manipulador e, portanto, alguém obcecado por poder e controlo, é se o seu discurso nos fizer sentir medo ou culpa. Normalmente, um seguido do outro, quando o primeiro parecer não funcionar.

Não há nada de errado nem no medo nem no controlo.

Ambos são mecanismos de sobrevivência. O problema é quando estão polarizados. O que acontece quase sempre.

Porque o controlo é o que dá ao ego a sensação de segurança. Se estiver a funcionar como deve.

No entanto, na maioria de nós não está.

Por isso, o pior do controlo no lado negativo é a subjugação do outro. O prazer dos sádicos ou de quem não tem desafios na vida, por nada de material lhe faltar.

Por outro lado, se não funcionar nem por um nem por outro, o passo seguinte é a descredibilização. Primeiro riem, depois combatem, depois perdem.

Se não tiverem esse poder todo.

A grande questão é quem controla o dinheiro e a terra. São esses quem tem o povo na mão.

Apenas 1%. Nós somos todos os outros. E não há hipótese para esse 1%, independentemente do poder que tenha, de ganhar a 99%. É matematicamente impossível.

Depois, reinventamo-nos. Para todos os efeitos, o ouro é referência.

Se olharmos bem para a situação dos últimos dois anos, só se formos cegos não vemos os sinais.

De absoluto totalitarismo

E tudo isto acontece porque os tais 99%, naturalmente, acreditam nos outros, não concebem o diabólico, moralmente, eticamente, criminalmente, monstruosamente.

É aí que está o busílis.

Mas, no dia em que nos apercebemos da extensão da maldade humana, da psicopatia, não mais conseguiremos deixar de ver.

É o que se chama: tomar a pílula vermelha.

O Romantismo

13/02/2023

Originário na Europa, o Romantismo foi um movimento intelectual, artístico, literário e musical, que, durante os séculos 18 e 19 (1798 e 1850), veio contrapor as ideias do Iluminismo, que valorizava a razão e a lógica como única forma válida de olhar para o mundo.

Como diria Russeau: ‘O homem nasceu livre e por toda a parte vive acorrentado..’

Na esteira da Revolução Francesa, o Romantismo abraçou os ideais de liberdade, igualdade e promoção da justiça. À industrialização, o Romantismo respondia com a ligação à natureza e a idealização do passado.

Bem como com a necessidade de isolamento, para atingir crescimento emocional ou espiritual.

O Romantismo concentra-se nas emoções, sentimentos, ideais e na singularidade da experiência vivida, cuja fonte era a intensidade da emoção que a acompanha. Emoções como: trepidação, horror e espanto, aquando do confronto com o sublime: a Natureza. Posteriormente, elevou a arte, o folclore, a linguagem, os costumes e tradições locais, pois cada nação tem uma qualidade individual única, cuja expressão pode ser conduzida pelas vias acima descritas.

Os elementos do Romantismo eram o interesse pelo homem comum e pela criança. Exploravam-se as emoções e os sentimentos, sempre fortes, passionais, símbolos e mitos. O indivíduo, a sua impermanência, unicidade,  e a importância da imaginação.

O Romantismo era sobre ser verdadeiro consigo mesmo.

Tem, portanto, muito pouco que ver com chocolates, flores, corações e consumismo. Muito menos com os filmes, em particular os da Hallmark, porque vazios e superficiais. Tem, isso sim, que ver com profunda conexão com a alma, o instinto, o visceral, a intuição, o que vai além da razão puramente lógica e o conhecimento baseado apenas no que alguém disse, sabe Deus com que base. Não desvalorizando, naturalmente, o intelecto. Quem estudou e aprofundou conhecimento, além da sua agenda pessoal, crenças e outras observações enviesadas da suposta realidade.

Muito curioso ver, tanto individual como coletivamente, o movimento é sempre no sentido do equilíbrio psíquico. Hoje sabemos que o movimento seguinte não anula, ou deveria anular, o anterior, mas equilibrá-lo. O que, lamentavelmente, não acontece. Nem coletiva nem individualmente.

Séculos depois, insistimos na mesma falácia. A do ego, da polarização, do dividir para reinar.

Aos sonhadores

05/02/2021

O desafio dos sonhadores não é a falta de ideias, mas a concretização das mesmas.

Já para outro tipo de personalidades, o desafio não é a concretização de projetos, mas a ideia.

O desafio dos sonhadores é, então, transformar sonhos em projetos.

“O projeto é sempre em direção ao futuro e organiza o presente. O preenchimento dos dias é o futuro dos dias.

Quando sonhamos, apenas esperamos, ficando à mercê do destino”.

O MBTI ajuda e muito a entender por que motivo algumas pessoas têm tantas ideias e raramente as concretizam.

E porque os concretizadores têm tanta dificuldade no processo criativo.

Mais sobre MBTI

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